Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Trump pode dificultar comércio para o Brasil, admite governo

Extraoficialmente, fontes diplomáticas e do Palácio do Planalto afirmam que o país deve ter dificuldades com o governo do bilionário republicano nos EUA

Por Da redação
Atualizado em 9 nov 2016, 15h52 - Publicado em 9 nov 2016, 15h28
  • Seguir materia Seguindo materia
  • Se oficialmente o governo brasileiro tenta minimizar o impacto da eleição de Donald Trump para o Brasil, nos bastidores, fontes governistas e diplomáticas não escondem a preocupação com as dificuldades que o país deve enfrentar, especialmente no campo comercial.

    Publicidade

    Avesso a acordos comerciais, que vê como uma exportação de empregos norte-americanos, Trump possivelmente não terá interesse em levar adiante as conversas de aproximação comercial iniciadas pelo governo brasileiro.

    Publicidade

     

    “Ele possivelmente vai enterrar o sonho da aproximação comercial. Esse é um tema que vai sim ficar complicado”, disse à agência Reuters uma alta fonte diplomática.

    Publicidade

    A relação com os Estados Unidos foi colocada como uma das prioridades do governo de Michel Temer. A decisão foi tomada  assim que o presidente assumiu o poder, ainda em maio, como interino, com o afastamento da ex-presidente Dilma Rousseff.

    Continua após a publicidade

    Apesar das dificuldades de um acordo comercial clássico, o Itamaraty trabalha para eliminar barreiras, especialmente não-tarifárias, com o seu segundo maior parceiro comercial.

    Publicidade

    No governo brasileiro havia a certeza de que Hillary Clinton seria eleita – além de uma preferência pela democrata, já que a avaliação no Palácio do Planalto era de que Trump era excessivamente “imprevisível” e podia prejudicar os interesses comerciais do país.

    A avaliação de que o republicano não tinha chances levou o ministro das Relações Exteriores, José Serra, a criticar abertamente Donald Trump e desconsiderar sua possível eleição.

    Publicidade

    Em junho deste ano, o chanceler havia dito, em entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura, que Trump não podia ser eleito. Um mês depois, falando ao jornal Correio Braziliense, considerou a escolha do republicano como um “pesadelo”.

    “Eu considero a hipótese do Trump um pesadelo. Pesadelos, às vezes, se materializam? Se materializam, mas eu prefiro não pensar nisso, fazer o jogo do contente”, disse, acrescentando que torcer por Hillary, tratava-se de “ser sensato, torcer para o bem do mundo”.

    Publicidade
    Continua após a publicidade

    “Situação delicada”

    Uma fonte diplomática considerou as declarações de Serra colocaram o governo brasileiro numa “situação delicada”. “Não vai ser fácil a retomada dessa relação. Precisamos mostrar que o Brasil é diferente (do resto da América Latina), que somos abertos e trabalhamos com todos”, disse à Reuters uma fonte diplomática.

    O diplomata lembra que a posição brasileira sempre foi de não comentar candidatos ou eleições em outros países e nunca escolher parceiros, e agora terá que trabalhar para tentar minimizar o estrago. “Temos de ter muito cuidado para não bater de frente com um presidente que representa a maioria da sociedade americana”, disse.

    No Palácio do Planalto, a ordem é seguir em frente e “trabalhar com o que temos”. Imediatamente após saber o resultado da eleição americana, o presidente Michel Temer iniciou o trabalho de mostrar que o Brasil não tem oficialmente preferências.

    Temer deu entrevistas a duas rádios, enviou um telegrama a Trump e pôs seu porta-voz, Alexandre Parola, para dar declarações, em um primeiro trabalho de pavimentar uma relação ao menos institucional com o novo governo dos Estados Unidos.

    Nem o Itamaraty nem José Serra haviam se manifestado oficialmente até o meio desta tarde. De acordo com assessores do ministro, ele deve fazê-lo ainda nesta quarta-feira.

    Continua após a publicidade

    (Com Reuters)

    Publicidade

    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Domine o fato. Confie na fonte.

    10 grandes marcas em uma única assinatura digital

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo
    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de R$ 2,00/semana*

    ou
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de R$ 39,90/mês

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.