Seis bancos estão avaliando os números do Cruzeiro do Sul, que está sob intervenção do Banco Central (BC) desde o início de junho e foi posto à venda pelo Fundo Garantidor de Créditos (FGC) há duas semanas. Segundo reportagem do jornal O Estado de S. Paulo desta segunda-feira, quatro deles já fizeram reuniões com o Fundo para tirar dúvidas e outros dois agendaram encontros.
O presidente do Cruzeiro do Sul desde a intervenção, Celso Antunes, disse que nem todos mostram o mesmo grau de interesse, mas estão olhando para ver se faz sentido para o negócio deles. Os nomes dos interessados são mantidos sob sigilo.
Venda – Há 13 dias, o Fundo Garantidor apresentou ao mercado um plano para tentar evitar a liquidação do Cruzeiro do Sul, que tem um rombo total de 3,1 bilhões de reais. O FGC está propondo aos credores que aceitem vender seus papéis com um desconto médio de 50%. Porém, a venda só acontecerá se 90% dos credores aderirem ao plano de desconto. A maioria das dívidas – 3,3 bilhões de reais de um total de 5,68 bilhões de reais – está nas mãos de investidores internacionais.
No dia seguinte ao anúncio, o Fundo disparou e-mails para cerca de vinte instituições financeiras que teriam capacidade de comprar o Cruzeiro do Sul. O plano tem sido duramente criticado por investidores estrangeiros desde que foi anunciado – e muitos dizem que não vão aceitar o deságio proposto. Nos bastidores, eles acreditam que a pressão fará com que o FGC melhore sua oferta.
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�Segundo diretor executivo do FGC, Antonio Carlos Bueno, não há hipótese de renegociação. �”Não tem barganha: ou é isso ou é isso”, disse.� Tanto Bueno quanto Antunes evitam fazer projeções sobre o número de credores que podem aceitar a proposta, mas na terça-feira será possível ver com mais clareza a situação.
Os investidores que aceitarem a proposta até o fechamento do mercado nesta terça terão um prêmio: o desconto sobre a dívida será menor. Os demais têm como prazo limite 12 de setembro. Para os bancos interessados, a data final para a apresentação de proposta é 10 de setembro.
(Com Agência Estado)