A Rússia deu calote em sua dívida soberana em moeda estrangeira pela primeira vez desde 1918, após a revolução bolchevique. Durante meses, o Kremlin encontrou caminhos para contornar as penalidades impostas após a invasão da Ucrânia, mas, ao final do último domingo, 26, o período de carência de cerca de 100 milhões de dólares em pagamentos de juros devidos expirou, configurando a inadimplência.
“As notícias desta manhã sobre a descoberta do default da Rússia, pela primeira vez em mais de um século, situam o quão fortes são as ações que os EUA, juntamente com aliados e parceiros tomaram, bem como o impacto sobre a economia da Rússia”, disse um porta-voz do governo americano em um briefing de imprensa durante a cúpula do G7, realizada na Alemanha.
Desde que as tropas russas invadiram a Ucrânia, em 24 de fevereiro, os países do G7 anunciaram uma série de sanções econômicas para tentar frear o apetite bélico de Putin e isolar os russos. As reservas estrangeiras do banco central russo estão congeladas e os maiores bancos do país foram retirados do sistema global de pagamentos.
O Kremlin rejeitou as alegações de que deu calote em sua dívida externa e disse que o país fez os depósitos em euros e dólares. O porta-voz Dmitry Peskov afirmou que a Rússia fez pagamentos de títulos em maio, mas o fato de terem sido bloqueados por causa das sanções ocidentais “não é nosso problema”.