O chefe do Departamento Econômico do Banco Central (BC), Túlio Maciel, anunciou nesta quinta-feira que o desempenho das contas externas brasileiras em julho foi beneficiado positivamente pela balança comercial. “Tínhamos uma projeção de déficit de 4,5 bilhões de dólares em julho, mas as importações tiveram desempenho inferior ao que estávamos projetando”, disse. Conforme o BC, o déficit em conta corrente somou 3,766 bilhões de dólares em julho.
Maciel fez a ressalva de que paralisações de funcionários da Receita Federal podem ter prejudicado o fluxo de entrada de importações no Brasil, o que pode ter influenciado os números. “Por isso, podemos ter alguma coisa represada (nas importações), o que pode reverter esses números”, afirmou. Além das importações mais fracas, Maciel comentou que serviços e rendas “evoluíram dentro do esperado”.
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Ele disse também que o ingresso de Investimento Estrangeiro Direto (IED) em julho “surpreendeu” positivamente e que as estimativas para o ano devem ser revisadas para cima. “As nossas projeções são revisadas trimestralmente, mas já temos quase 40 bilhões de dólares e esperamos 50 bilhões de dólares no ano. Portanto, há um viés claramente para cima”, disse.
Maciel ressaltou que a entrada de IED segue maior que o déficit em transações correntes, o que é “uma situação confortável” e “dá certa margem” para as contas externas. “Que seguem sendo financiadas integralmente pelo investimento de melhor qualidade, o IED”, ressaltou. “O país é um receptor de investimentos estrangeiros e isso tem apresentado um desempenho muito positivo. Isso, sem dúvida, evidencia o diferencial do ambiente econômico brasileiro ao longo dos anos. O investidor estrangeiro confia na economia do país”, disse.
Segundo Maciel, o BC projeta déficit em transações correntes de 2,1 bilhões de dólares em agosto. Para o IED a estimativa é de 4 bilhões de dólares. Até o dia 21 do mês corrente, entraram no país 2,3 bilhões de dólares em IED.
(Com Agência Estado)
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