O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse nesta sexta-feira, 17, que a preocupação do mercado com a economia é “coisa menor” e disse que a projeção do crescimento esperado para este ano melhorará com a aprovação da reforma da Previdência. que o crescimento não está caindo. “O que me interessa é a marcha principal, que segue firme”, disse ele, ao discursar em evento no Rio de Janeiro. “Investimentos privados internos e externos estão todos segurando o fôlego (à espera da reforma da Previdência)”, afirmou.
Nesta semana, o Índice de Atividade Econômica (IBC-Br), do Banco Central, apontou queda de 0,68% no primeiro trimestre. O indicador serve como uma prévia informal do Produto Interno Bruto (PIB), que será divulgado no próximo dia 30. A previsão veio de encontro com a ata do Comitê de Política Monetária (Copom) que indica queda no PIB. O próprio ministro, durante audiência pública no Senado disse que o governo já trabalha com crescimento de 1,5% na economia em 2019, contra 2,7% que era a expectativa anterior. A revisão, segundo Guedes, se deve a piora da aprovação da reforma da Previdência.
O pessimismo com o mercado financeiro fez com que dólar atingisse o maior valor em oito meses nesta semana. Nessa sexta, a moeda fechou o dia vendida a 4,101, alta de 1,61%, valor mais alto desde setembro do ano passado. O Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, passou a operar aos 89.992 pontos, com queda de 0,04% menor valor do governo Bolsonaro, renovando a mínima atingida na véspera, aos 90.024 pontos.
Previdência
Discursando ao lado do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), o ministro da Economia se disse confiante na “liderança” do parlamentar para aprovar a reforma da Previdência no Congresso Nacional. “Estamos muito confiantes na liderança dele lá na Câmara dos Deputados. E no apoio político que estamos recebendo”, afirmou Guedes, no Rio.
No discurso, o ministro voltou a afirmar que precisa que o impacto fiscal da reforma da Previdência a ser aprovada seja de pelo menos 1 trilhão de reais em dez anos para lançar um novo sistema previdenciário de capitalização. A proposta enviada pelo governo federal prevê impacto fiscal em torno de 1,2 trilhão de reais em dez anos.
Segundo Guedes, um sistema de capitalização na Previdência, que ele chamou de “poupança garantida” mais de uma vez, colocaria o país para crescer, ao atrair investimentos internos e externos. Em sua defesa da capitalização, Guedes disse que o “medo” com o custo de transição para o novo sistema é “baseado em uma falsa premissa”, de que todos os trabalhadores migrariam. “Não e verdade, não são todos. (A capitalização) é só para os jovens.”
Na defesa da capitalização, o ministro chegou a chamar a atual proposta de reforma da Previdência de “primeira reforma”. “Essa primeira reforma é importante, é a parede que segura o teto fiscal”, disse Guedes, referindo-se à regra do limite de gastos públicos.
(Com Reuters e Estadão Conteúdo)