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Para órgãos latino-americanos, ajuste cambial na Argentina não surpreende

Economista diz que mudança da política cambial era inevitável diante da insustentabilidade da situação econômica no país

Por Ana Clara Costa, de Davos
25 jan 2014, 17h02
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  • As medidas de liberalização cambial anunciadas pelo governo de Cristina Kirchner na última semana não deveriam ser encaradas com surpresa pelo mercado, afirmaram economistas ouvidos pelo site de VEJA. Segundo o presidente do CAF (sigla em inglês para Banco de Desenvolvimento da América Latina), o economista Enrique García Rodríguez, a mudança de política cambial era esperada para qualquer momento devido à insustentabilidade da situação econômica da Argentina. “A mudança é bem-vinda. Quem acompanha os números e as tensões que estão em curso no país não deveria se surpreender com esse anúncio. A situação cambial não era sustentável. É claro que é preciso fazer muito mais, em muitas frentes. Mas o câmbio da forma que estava não poderia seguir”, disse García, durante o Fórum Econômico Mundial, em Davos.

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    Na quinta-feira, o peso argentino registrou a maior queda frente ao dólar em quase 12 anos ao perder 11% de seu valor devido às dúvidas sobre a economia e à falta de divisas. A moeda fechou a 8 pesos por dólar no mercado interbancário, depois de chegar a cair 14,2%, a 8,30 pesos. A presidente afirmou que não induziu a desvalorização, mas, em seguida, seus ministros anunciaram que no próximo dia 27 haverá liberação da compra da moeda americana para pessoas físicas. O anúncio causou surpresa no mercado e afetou as moedas de países emergentes, sobretudo o real. Desde 2011, a Argentina restringiu a compra de dólares para impedir a desvalorização do peso e, consequentemente, a explosão dos preços em seu país.

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    A secretária-executiva da Comissão Econômica da Organização das Nações Unidas (ONU) para a América Latina, Alicia Ibarra, afirmou ao site de VEJA que desde novembro o peso vem se desvalorizando gradualmente. O movimento, segundo ela, ganhou mais força em dezembro. “Agora, a tendência é que o valor se aproxime mais da realidade. E isso vai ser bom para a Argentina, apesar dos efeitos súbitos verificados nos últimos dias”, afirmou.

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    A grande preocupação em torno da desvalorização reside no montante das reservas internacionais da Argentina, atualmente em 30 bilhões de dólares após a queda de 30% verificada em 2013. Trata-se do menor valor desde 2006. O país precisa desse dinheiro para pagar os juros da dívida. Sem competitividade para exportar (o que traria dólares para o país),a Argentina poderá enfrentar, junto com a desvalorização, a explosão inflacionária. O índice oficial do governo ficou pouco acima de 10% em 2013. Contudo, consultorias independentes apontam para uma cifra acima de 20%. Para 2014, com a desvalorização, o número pode ultrapassar 30%.

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    Em Davos, a presidente Dilma foi questionada em encontro com o International Media Council sobre os efeitos da desvalorização para o Brasil. Disse apenas que não se tratava de nada “muito significativo”. O ministro da Fazenda Guido Mantega, também questionado pela imprensa na saída do evento, afirmou que o fato “não era preocupante” para o Brasil. O real, contudo, sentiu o solavanco. Avançou de 2,34 reais para 2,40 reais em menos de uma semana.

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