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O potencial mal explorado das exportações brasileiras

Campeão em produtos agropecuários e na mineração, o país perde espaço no comércio internacional de produtos industrializados e de maior valor agregado

Por Da Redação Atualizado em 28 dez 2022, 12h16 - Publicado em 29 mar 2022, 15h53
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  • Depois da crise provocada na economia global pela pandemia de Covid-19, o comércio exterior de bens do Brasil com o mundo tem dado sinais de recuperação. Em 2021, as exportações somaram US$ 280,4 bilhões, um crescimento de 28,3% em preços e de 3,5% em quantidades exportadas, na comparação com 2020. Os números também indicam uma retomada ao patamar anterior à crise sanitária. O desempenho positivo, no entanto, não alterou a tendência de perda de participação da indústria nas vendas externas. Nos últimos anos, cresceu a participação da agropecuária e da indústria extrativa nas exportações e houve uma queda dos bens de capital e de consumo durável nas vendas externas da indústria de transformação. Esse movimento é ilustrado pelo recuo no desempenho do setor de metalurgia e mecânico, que inclui o setor automobilístico e a fabricação de máquinas e equipamentos.

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    Essa tendência de menor diversificação e menor complexidade das exportações brasileiras é reforçada pela concentração das vendas externas da indústria de transformação em produtos de menor intensidade tecnológica e de menor valor agregado. Em 2021, os bens de alta e média-alta tecnologia foram responsáveis por apenas 14,2% do valor das vendas externas brasileiras, de acordo com levantamento da Confederação Nacional da Indústria (CNI) a partir de dados da Fundação Centro de Estudos do Comércio Exterior (Funcex).

    Esse é o menor patamar desde 2001, início do período analisado. Naquele ano, a participação estava em 33% da pauta exportadora. Em 21 anos, a perda foi de 19,1 pontos porcentuais. As vendas externas de alta e média-alta tecnologia somaram 39,8 bilhões de reais em 2021, abaixo dos 41,2 bilhões de dólares registrados antes da pandemia, em 2019. Os dados reforçam uma tendência dos últimos anos. Desde 2010, houve uma perda de 8,9 pontos porcentuais de participação das duas categorias somadas nas exportações.

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    A falta de diversificação nas exportações aumenta a vulnerabilidade da economia nacional a choques externos e setoriais e a medidas arbitrárias de outros países. Além dos riscos, o atual perfil da pauta exportadora também faz com que o país não tenha uma inserção estratégica nas cadeias globais.

    As exportações são concentradas em produtos do setor agropecuário — especialmente commodities — e da indústria extrativa. Já a participação de bens industrializados de consumo duráveis e de bens de capital, como máquinas e equipamentos, é reduzida. Esses produtos têm cadeias de produção longas e, portanto, têm mais valor agregado. Dessa forma, fortalecer as exportações desse tipo de bem pode representar um salto na inserção do Brasil no comércio global. Leia mais na nova edição de VEJA Insights.

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