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O ‘ioiô’ do Ibovespa em meio ao corporativismo de Brasília

Bolsa brasileira caiu com derrubada ao veto do presidente, mas se recuperou depois do aceno de Maia ao compromisso fiscal

Por Luisa Purchio 20 ago 2020, 18h10
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    BECO O mercado dispenca enquanto o governo Bolsonaro tenta se equilibrar entre o ajuste fiscal e as demandas por mais gastos públicos (Carolina Antunes/PR)

    Em meio à instabilidade política que predomina ao longo do governo Bolsonaro, a bolsa de valores brasileira virou um verdadeiro ioiô. Com a pandemia do novo coronavírus, que fragilizou ainda mais a já deteriorada política fiscal do país, as subidas e descidas do Ibovespa têm sido cada vez mais frequentes. Nessa quinta-feira 20, a ligação do mercado financeiro com o corporativismo de Brasília é latente. Na manhã de hoje, o Ibovespa caiu abaixo dos 100 mil pontos após a derrubada pelo Senado na noite de ontem do veto do presidente Jair Bolsonaro ao reajuste do salário aos servidores públicos, batendo os 99.359 pontos às 10h15 de hoje. Após a fala do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, defendendo a manutenção do veto de Bolsonaro que congela os salários de funcionalismo público federal, no entanto, o índice recuperou as perdas e fechou em alta de 0,61%, a 101.467,87 pontos. “Isso vem se acentuando nos últimos dois meses após a pandemia, quando todo aquele pacote de benesses foi colocado e sempre aparecia um jabuti aqui e outro ali, porque teoricamente estamos saindo da pandemia e nos aproximando das eleições”, diz Fábio Galdino, head de renda variável da Vero Investimentos. Caso os servidores públicos recebam aumento salarial, os planos do governo de Jair Bolsonaro de prorrogar o auxílio emergencial terá de ser revisto.

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    O primeiro turno das eleições municipais está marcado para o dia 15 de novembro e, quanto mais ele se aproxima, mais prejudicada fica a manutenção do déficit fiscal. A aproximação do presidente Bolsonaro com o centrão dificultou o equilíbrio das contas públicas já que, em troca de apoio na Câmara dos Deputados, a ala cobra a liberação de verbas públicas para pautas de forte apoio popular, como é o caso das obras de saneamento e recursos hídricos. “Hoje temos um Congresso fisiologista, é toma lá dá cá. Isso acontece no Senado também, mas é muito mais evidente na Câmara. Nenhum deputado assume, eles falam que os partidos têm a sua independência, mas na verdade eles agem em bloco”, diz Galdino, da Vero.

    Por outro lado, porém, o presidente precisa do apoio do Centrão para blindar o seu filho, o senador Flávio Bolsonaro, implicado em uma série de acusações de corrupção. Esse jogo prejudica o esforço do ministro da Economia, Paulo Guedes, pelo equilíbrio fiscal e é especialmente sensível no ano em que a pandemia da Covid-19 assolou as contas públicas e o déficit já alcançou nível recorde: a estimativa é de um déficit de 812 bilhões em 2020, 11,3% do PIB.

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    Nesse cenário, é natural que o real se desvalorize cada vez mais em relação ao dólar. No final da manhã de hoje o dólar comercial chegou a bater 5,66 reais e fechou em alta de 0,43%, a 5,5522 reais. Essa desvalorização teria sido maior, mas hoje o Banco Central realizou mais um leilão de swap para segurar a moeda. Foram 12 mil contratos ofertados, 9,5 mil vendidos a taxa de 1,26% ao ano e vencimento em 1 de julho de 2021, e 2,5 mil vendidos a taxa de 1,144% ao ano e com vencimento em 2 de março de 2021. Vale lembrar ainda que, não fosse pelos auxílios do Fed à economia americana que injetaram trilhões de dólares na economia, a desvalorização do real seria ainda maior diante da instabilidade política.

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