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Novas regras para a poupança viabilizarão a queda dos juros, diz Mantega

Novas regras para a caderneta são essenciais para permitir a trajetória de declínio da Selic; sem alterações, fundos perderiam atratividade

Por Luciana Marques
3 Maio 2012, 19h33
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  • Segundo o ministro da Fazenda, Guido Mantega, a poupança precisa se adequar aos fundos de investimentos

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    Em coletiva no Palácio do Planalto, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, justificou nesta quinta-feira as novas regras da poupança. De acordo com o ministro, sem as mudanças, a redução das taxas de juros do país se tornaria inviável. “O Banco Central não teria ação eficaz e não conseguiria baixar taxas de juros, mesmo que quisesse”, disse. “A economia continuaria praticando taxas mais elevadas; portanto, inviabilizaria redução da taxa de juros no Brasil”, acrescentou. A medida provisória que regulamenta a alteração sairá na edição extra do Diário Oficial desta quinta-feira e valerá a partir desta sexta.

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    Segundo o ministro, a poupança precisa se adequar, por exemplo, aos fundos de investimentos. “Com exceção da poupança, as demais aplicações pagam imposto de renda e taxas de administração financeira”, disse. “A Selic caiu 3,5% de agosto até essa data. Portanto, as aplicações financeiras também acompanham a regra da Selic. Então, se mantivermos as atuais regras da poupança, ela se tornará obstáculo para impedir queda da Selic”, explicou.

    Mantega afirmou que as ações serão necessárias para a redução das elevadas taxas de juros hoje em voga no país, principalmente para pessoas físicas e pequenos e médios empresários. “Tomaremos medidas para o barateamento desse crédito”, disse.

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    O ministro definiu as alterações na poupança como “mínimas” e garantiu que elas não afetarão os interesses e benefícios dos correntistas da aplicação. “A caderneta de poupança continuará sendo uma boa aplicação e a melhor opção de poupança para os brasileiros”, disse. Na avaliação dele, a rentabilidade da poupança tende a ser igual ou maior do que a dos fundos de renda fixa mais competitivos.

    Mudanças – A proposta do governo prevê correção mensal da caderneta pelo equivalente a 70% da taxa básica de juros (Selic) mais a variação da Taxa Referencial (TR), que hoje é de 0,0864% ao mês. Essa regra valerá sempre que a Selic estiver em 8,50% ao ano ou em patamar inferior a este. Se a taxa estiver acima disso, o rendimento permanecerá no nível atual: 0,5% ao mês mais a variação da TR. A Selic está atualmente em 9% ao ano.

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    Quem já tem depósitos na caderneta de poupança não será atingido pela medida. “Todas aquelas cadernetas com poupança com depósitos feitos até o dia de hoje ficam exatamente como estão, ou seja, a remuneração da poupança é exatamente a mesma de hoje”, disse Mantega. “Não há rompimento de contrato, não há usurpação de direitos e nenhum prejuízo para os atuais detentores de caderneta de poupança”, completou.

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    Novas contas e novos depósitos em contas que já foram abertas, porém, deverão ser corrigidos pelas novas taxas. Segundo o ministro, a poupança continua isenta de imposto de renda. Hoje os bancos acumulam 430 bilhões de reais depositados em 100 milhões de contas de poupança.

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    Saldos diferenciados – A medida provisória prevê que os bancos terão de apresentar aos clientes saldos diferenciados, demonstrando qual a remuneração do saldo anterior à MP daqueles depósitos feitos após a vigência da nova regra. O documento também prevê que os saques feitos pelos poupadores incidirão inicialmente sobre os depósitos feitos após a publicação da MP. Assim, os saldos antigos serão acessados apenas depois que os valores depositados após a MP se esgotarem.

    A MP não traz mudanças sobre o direcionamento obrigatório dos recursos da poupança. Por lei, os bancos são obrigados a destinar 65% dos depósitos de poupança para o crédito imobiliário. No caso da poupança rural – que tem a mesma remuneração da tradicional, mas os recursos devem ser usados para financiamento agrícola -, o porcentual é de 68%.

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    Banco Central – Minutos depois do pronunciamento de Mantega, o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, enviou nota aos jornalistas em apoio à decisão do governo. Na avaliação de Tombini, a ação representa um passo fundamental para o país, pois ajuda a remover resquícios herdados do período de inflação alta. “Ao tempo em que preserva integralmente os depósitos já feitos, a medida adapta a caderneta de poupança ao novo cenário brasileiro e com isso consolida as bases para o crescimento econômico sustentável”, afirmou.

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