Depois de terminar o segundo trimestre com queda de 8,3% no número de clientes em relação a 2012, a Nextel decidiu mudar sua estratégia de negócios no país. A empresa está revendo decisões que afetaram o atendimento aos clientes e levaram ao atraso tecnológico em relação à concorrência. O presidente da Nextel no Brasil, Gokul Hemmady, diz saber que o rádio não atrai mais clientela. A diferença, agora, está na oferta de dados.
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A internet é justamente o �calcanhar de aquiles� da Nextel, segundo fontes do mercado de telecomunicações. A empresa está muito atrasada em comparação à concorrência. Enquanto Vivo, TIM, Claro e Oi oferecem o serviço 3G há pelo menos quatro anos, a Nextel ainda engatinha no setor. No momento, enquanto a Nextel começa a expandir mais agressivamente a rede 3G, as outras operadoras já estão na tecnologia seguinte, o 4G.
O serviço de banda larga móvel da Nextel, por enquanto, está limitado a São Paulo, com previsão de ser estendido para o Rio de Janeiro até o fim do ano. No entanto, a oferta de aparelhos da empresa seguirá restrita até o início de 2014, quando os clientes da empresa poderão finalmente usar os aparelhos mais populares entre os usuários de maior poder aquisitivo, como o iPhone, da Apple, e a família Galaxy, da Samsung.
Como a Apple e a Samsung não vão adaptar seus aparelhos à oferta de rádio, o acesso ao produto será feita por um aplicativo criado em conjunto com o Google, o Prip, que estará disponível apenas para os assinantes da Nextel.
A escassez de aparelhos representa uma contradição à intenção da companhia de atender, principalmente, a empresas e clientes pessoa física das classes A e B. Esse descompasso entre público-alvo e oferta fez a receita da Nextel com aparelhos despencar 40% no segundo trimestre de 2013, em relação ao mesmo período do ano passado.
Erros – Tanto atraso em relação à concorrência é fruto de estratégias equivocadas. A possibilidade de a empresa entrar na era da banda larga móvel foi aberta em dezembro de 2010, mas só começa a virar realidade agora.
Segundo fontes de mercado, a NII – holding que controla a companhia – impôs à filial brasileira a terceirização do trabalho de expansão de rede e de tecnologia da informação à Nokia Siemens e à HP. �A decisão levou à queda na qualidade do serviço e a implantação da rede demorou bem mais que o esperado�, diz a fonte.
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Mudanças – Hemmady, que era diretor de operações da NII e assumiu a operação brasileira no fim do ano passado, afirma que boa parte dos erros do passado está sendo corrigida. A terceirização da rede, por exemplo, foi abortada. Ele afirma que a empresa já contratou 400 funcionários próprios para acelerar a expansão da rede 3G. �”A partir de agora, as ofertas serão um mix de voz e dados, mas o foco vai estar nos dados.�”
O executivo diz não estar preocupado com o fato de que a concorrência está um passo à frente no que diz respeito à tecnologia. �”Não acho que o consumidor esteja interessado se o serviço é 3G e 4G, mas sim na experiência de navegação”�, diz. O presidente da Nextel no Brasil afirma que 2013 será um ano de �estabilização� dos serviços, que deverá levar a uma melhora do resultado final de 2014.
(com Estadão Conteúdo)