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Na Argentina, ‘cão de guarda’ do protecionismo pede demissão

Guillermo Moreno, que esteve à frente de políticas como o congelamento de preços, deixará o cargo de secretário do Comércio para ocupar um posto na embaixada argentina na Itália

Por Da Redação
20 nov 2013, 13h50
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  • Um dos agentes mais controversos do governo da Argentina, o secretário do Comércio Guillermo Moreno renunciou nesta terça-feira. A gestão de Moreno foi marcada por seu esforço para controlar os preços, limitar as importações e por sua truculência em pressionar empresários para que aderissem a políticas governamentais.

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    Ele vai deixar o escritório em duas semanas para se tornar um funcionário da embaixada da Argentina em Roma, informou o porta-voz da presidente Cristina Kirchner, Alfredo Scoccimarro. A notícia de sua renúncia aconteceu um dia depois de a presidente nomear um novo chefe de gabinete para o ministério da Economia e um novo presidente para o Banco Central.

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    No mercado circulam rumores de que Moreno não tem um bom relacionamento com o novo ministro da Economia, Axel Kicillof, nomeado na segunda por Cristina. De acordo com a imprensa local, o secretário não quis comentar sua saída do cargo. Moreno estava também à frente do Indec (o IBGE argentino), órgão acusado de manipular dados econômicos, como a taxa de inflação oficial do país.

    O anúncio de Kicillof pesou na terça sobre o mercado financeiro do país e o dólar teve a maior alta desde 2008 frente ao peso argentino. Na véspera, a moeda norte-americana fechou negociada a 6,045 pesos, maior patamar desde outubro de 2008. Se o novo ministro assustou o mercado, a renúncia de Moreno trouxe um pouco mais de calmaria e a Bolsa de Valores do país, Merval, chegou a subir 4% no pregão desta quarta-feira.

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    A dupla é mal vista por economistas. Kicillof é um dos mentores da estatização da YPF e, no cargo de vice-ministro da Economia, esteve entre os autores da lei que legalizou dólares paralelos em circulação na Argentina. O mercado vê como marcas do jovem ministro, que tem 42 anos, o forte intervencionismo estatal e o ar informal. À época da expropriação da Repsol-YPF, ele chegou a dizer que segurança jurídica é uma “expressão horrível”.

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    Moreno foi um dos principais aplicadores das políticas de controle de preços do governo da Argentina, na tentativa de conter a inflação crescente do país. Seus esforços para limitar as importações e proteger a indústria nacional e as reservas internacionais levaram parceiros de negócios, como os EUA, a processarem o governo argentino junto à Organização Mundial do Comércio.

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    Nos últimos anos, ele persuadiu, coagiu e mesmo intimidou executivos para que congelassem os preços ou parassem de importar e exportar alguns bens, de acordo com empresários que se encontraram com secretário. O gabinete de Moreno se recusa a comentar as alegações.

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    Mudanças – Ao retomar o trabalho na segunda-feira, Cristina Kirchner substituiu vários membros de seu gabinete ministerial, entre eles o ministro da Economia, a presidente do Banco Central e o ministro da Agricultura. A presidente esteve afastada por mais de um mês depois de ter passado por uma cirurgia para a drenagem de um hematoma cerebral, em 8 de outubro.

    A atual presidente do Banco Central do país, Mercedes Marcó del Pont, será substituída por Carlos Fábrega, atual presidente do Banco Nación. Para a pasta da Agricultura, a dirigente nomeou Carlos Casamiquela, atual diretor do Instituto Nacional de Tecnologia Agropecuária (Inta), no lugar de Norberto Yahuar. Cristina também resolveu criar uma Unidade Executiva de Reestruturação da Dívida Externa, que ficará sob a responsabilidade do até então ministro da Economia, Hernán Lorenzino.

    O mercado aguarda com ansiedade e desconfiança quais serão os próximos passos de Buenos Aires sobre a economia. O país enfrente problemas de inflação elevada, falta de credibilidade e vem travando uma batalha judicial para resolver dívida com credores.

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    (com Estadão Conteúdo)

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