Os trabalhadores do turno da manhã da fábrica da General Motors (GM) em São José dos Campos, no interior de São Paulo, voltaram às suas funções nesta terça-feira, após a aprovação em assembleia do acordo firmado entre a empresa e o sindicato da categoria, na segunda-feira, no Tribunal Regional do Trabalho (TRT), em Campinas. O acordo, contudo, não elimina a possibilidade de novas mobilizações como a última, que durou seis dias.
O acordo firmado entre a GM e representantes dos trabalhadores previa o retorno ao trabalho nesta terça, além do valor de 5.600 reais para a segunda parcela da participação nos lucros e resultados (PLR), a ser paga na próxima segunda. A proposta inicial da GM era de 4.250 reais. Os funcionários pediam, até a última sexta-feira, 7.750 reais.
Também ficou acertada a compensação ou o desconto de metade dos seis dias parados ao longo dos próximos seis meses. Isso significa reposição de três dias por parte dos funcionários. Além disso, a primeira parcela do 13º salário será adiantada, com pagamento previsto para o dia 26 de fevereiro.
A montadora disse, em nota, considerar a decisão positiva, mas destacou que os problemas de produtividade na planta de São José não foram resolvidos. “A GM acredita que essa decisão é positiva, mas não resolve a situação de competitividade do complexo de São José dos Campos, visto que a paralisação da operação na fábrica por seis dias só contribuiu para aprofundar a séria crise que afeta hoje a GM e a indústria automotiva.”
A despeito do acordo, a normalidade na fábrica pode durar pouco, já que a montadora pretende demitir cerca de 800 trabalhadores que estavam com contratos suspensos. Diante dessa possibilidade, os sindicalistas prometem nova mobilização.
Renato de Almeida, secretário-geral do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região, confirma que o acordo firmado em agosto de 2015 para evitar demissões previa que os trabalhadores que entrassem em lay-off (redução temporária de jornada de trabalho e salários) voltariam ao trabalho em janeiro, caso o mercado do setor tivesse apresentado melhora. Do contrário, estavam previstas demissões.
“Ontem (segunda), a GM falou na frente do tribunal que deve mesmo demitir. O sindicato é veementemente contra e vai iniciar outra mobilização”, afirmou. De acordo com o sindicalista, a GM vai abrir um programa de demissão voluntária, e o número de adesões será abatido do total de trabalhadores que seriam demitidos.
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(Com Estadão Conteúdo)