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Mesmo com leilões de dólar do BC, câmbio fechou em alta de 0,66%

Estratégia do BC para segurar volatilidade da moeda e mais subidas na Selic foi abafada pela falta de energia elétrica e risco de inflação globais

Por Luisa Purchio Atualizado em 27 set 2021, 18h32 - Publicado em 27 set 2021, 18h24
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  • Nesta segunda-feira, 27, o Banco Central realizou o primeiro de uma série de leilões de contratos de swap, que devem movimentar 18 bilhões de dólares e que têm como objetivo compensar a alta demanda por dólar, que ocorrerá pelo mercado financeiro nos próximos meses. Todos os 14 mil contratos ofertados hoje, equivalentes a 750 milhões de dólares, foram vendidos, com vencimento em 1º de junho e 1º de setembro de 2022, a taxas lineares de 0,748% ao ano e 0,83%, respectivamente. Mesmo com essa enxurrada de moeda americana colocada no mercado, o dólar comercial encerrou em alta de 0,66%, a 5,3783 reais.

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    Os riscos globais são tantos que nem o leilão do Banco Central foi capaz de deter a perda de valor do real. Em primeiro lugar, a falta de energia elétrica atingiu países da Europa e a China, que vem tentando fazer uma transição para uma matriz energética mais limpa. No final de semana, fábricas chinesas que moem soja tiveram de parar devido à falta de energia. Isso gera uma pressão inflacionária adicional ao mundo, cujas cadeias de logística dos Estados Unidos, Europa e China já estão sofrendo com uma pressão da demanda sobre a oferta após a recuperação da Covid-19, como o aumento nos preços dos fretes dos navios. Isso sem contar os problemas domésticos, que incluem o impasse do orçamento para o ano que vem e o pagamento dos precatórios.

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    Na sexta-feira, 24, o Banco Central anunciou que realizará todas as segundas e quartas-feiras, até o final do ano, um leilão de swap cambial. No começo do ano, o governo mudou a legislação tributária de forma que os bancos terão de pagar impostos sobre o diferencial entre o patrimônio que possuem no Brasil e o que possuem no exterior. Isso significa que as instituições financeiras vão fazer “overhedge”, uma proteção cambial adicional, e comprar mais moedas americanas até o fim do ano, o que inevitavelmente impactará em alta da cotação do real. No total, serão aproximadamente 26 leilões, com um volume esperado de 750 milhões de reais por leilão, o que resultaria em uma estimativa de 18 bilhões de dólares em contratos, quantia que deverá suprir a demanda do mercado.

    A ideia do BC com os leilões de swap serve para compensar esta demanda e evitar uma volatilidade maior da cotação do real. Dessa forma, evita também a necessidade aumentar ainda mais a Selic neste ciclo de altas, uma vez que o dólar alto significaria mais inflação. “O Banco Central tem de ser cauteloso no juros, principalmente neste momento em que há vários fatores internacionais apontando que teremos um crescimento menor e mais inflação global”, diz Daniel Miraglia, economista-chefe da Integral Investimentos. “A economia brasileira já vai ser afetada por este cenário internacional e pelo próprio aumento da Selic”, diz ele.

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