Depois de nove semanas consecutivas de alta, analistas do mercado financeiro revisaram para baixo a projeção da inflação para este ano. De acordo com o relatório Focus, divulgado nesta segunda-feira, 15, pelo Banco Central, o IPCA, índice oficial de inflação do Brasil, deve encerrar o ano em 4%.
Apesar da ligeira revisão, de 0,02 a menos de uma semana para outra, o dado inverte o sinal das expectativas pela primeira vez em mais de dois meses. Na semana passada, o IBGE trouxe os dados da inflação de junho, com variação de 0,21%, mostrando desaceleração e vindo abaixo do esperado pelos analistas. Além disso, a mudança de tom do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e as promessas do Ministério da Fazenda de cortar gastos ajudaram abaixar a fervura nas preocupações fiscais, que também pressionam as expectativas.
A projeção do mercado segue acima do centro da meta de inflação para este ano, que é de 3%, mas dentro do limite dessa meta, que vai até 4,5%. Para 2025, o mercado continuou a revisão para cima: de 3,88% para 3,90%. Foi a 11ª semana consecutiva de alta nesta projeção.
Nesta semana, os analistas também revisaram para cima as projeções para o crescimento do país e para o câmbio. No caso do PIB, os analistas consultado pelo BC estimam que a economia brasileira avance 2,11%, 0,01 acima do estimado no relatório passado, registrando a segunda semana de alta.
Já olhando para o dólar, o mercado espera que a moeda americana encerre o ano valendo 5,22 reais, 0,02 centavos a menos que na semana passada. O dólar é uma variável importante na economia, já que serve tanto de termômetro para as expectativas quanto influencia a inflação, já que preços das comodities de energia e de alimentos são cotadas pela moeda americana. Na semana passada, o dólar fechou a semana cotado em 5,43 reais. No começo do mês, a moeda chegou a bater os 5,70 reais, devido a desconfiança com o fiscal e os ataque de Lula ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e a condução da política monetária.
Selic
No Focus desta semana, os analistas mantiveram a estimativa para os juros em 10,5% ao ano, indicando que não deve haver mais mudança na taxa Selic deste ano. Em junho, o Banco Central interrompeu as reduções da Selic devido as incertezas no cenário internacional e os desafios internos. A próxima reunião do Copom está marcada para a próxima semana, entre os dias 30 e 31 de julho.