Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Mantega admite: governo não cumprirá meta de superávit

É a 1ª vez que ministro afirma que não poderá atingir esforço fiscal previsto

Por Da Redação
6 nov 2012, 08h21
  • Seguir materia Seguindo materia
  • A meta cheia de superávit primário do setor público, de 139,8 bilhões de reais, não será cumprida neste ano, admitiu o ministro da Fazenda, Guido Mantega, em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo. O governo vai abater do resultado parte dos investimentos realizados no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e do Minha Casa, Minha Vida. O tamanho do desconto ainda não está definido.

    Publicidade

    Essa é a primeira vez que o ministro admitiu que não conseguirá atingir o esforço fiscal previsto. “De fato, está ficando mais difícil fazer a meta cheia de superávit primário em 2012.”

    Publicidade

    O anúncio de Mantega acontece menos de uma semana depois de o Banco Central (BC) ter admitido o não cumprimento da meta. A autoridade monetária se pronunciou logo após a divulgação dos resultados de setembro, quando o superávit primário ficou em 1,591 bilhão de reais, o pior desempenho para esses meses em três anos. Em 12 meses até setembro, a economia feita para pagamento de juros foi equivalente a 2,3% do Produto Interno Bruto (PIB).

    Leia também:

    Publicidade

    Redução do IPI impacta na arrecadação do governo em setembro

    Continua após a publicidade

    Mantega disse que três fatores levaram o governo a desistir de buscar a economia prevista para pagar os juros sobre a dívida pública: frustração da arrecadação, desoneração de tributos de 45 bilhões de reais até o fim do ano e dificuldade de estados e municípios de fazerem a sua parte do primário. “Com essas três variáveis, já podemos concluir o abatimento da meta. Só saberemos (de quanto) em dezembro. Em outubro teremos um bom desempenho fiscal, mas, mesmo assim, não vamos fazer a meta cheia a qualquer custo.”

    Publicidade

    Leia também:

    Publicidade

    Superávit primário: o dilema arriscado de Dilma

    Publicidade

    Desde o mês passado o governo abandonou a meta cheia e passou a considerar a possibilidade de usar o mecanismo legal que permite tirar da conta de despesas parte dos gastos com investimentos.

    Continua após a publicidade

    A equipe econômica concluiu que o superávit primário cheio já foi importante no passado para dar credibilidade internacional ao Brasil e permitir a queda da taxa básica de juros (Selic) no Brasil. Mas agora, com a economia patinando e os juros no menor patamar da história, usará o instrumento para não ter de sacrificar os investimentos.

    Publicidade

    Críticas – Os críticos do abatimento da meta argumentam que a medida pode jogar mais dinheiro no mercado e ter impacto na inflação. Mas, ainda assim, muitos analistas já admitem que essa é a saída em momento de crise internacional. Mantega fez questão de destacar que a decisão não significa mudança na política fiscal. “O governo continuará buscando metas e, fundamentalmente, a redução do déficit, que é nominal, e da dívida pública, objetivos perseguidos desde o início do governo Lula, desde que me tornei ministro da Fazenda.”

    O ministro disse que 2012 é um ano excepcional e exige ações anticíclicas. Segundo ele, se não houvesse uma desoneração expressiva não seria necessário usar o abatimento. Ele garantiu, no entanto, que não abandonou o tripé macroeconômico – câmbio flutuante, política fiscal e meta de inflação. E disse que não há flexibilidade na meta de inflação ou na solidez fiscal, embora tenha admitido que o câmbio é administrado para não prejudicar a indústria. “Continuamos pregando no deserto pelo câmbio flutuante, mas os outros não estão nos ouvindo.”

    (com Estadão Conteúdo)

    Publicidade
    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Domine o fato. Confie na fonte.

    10 grandes marcas em uma única assinatura digital

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo
    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de R$ 2,00/semana*

    ou
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de R$ 39,90/mês

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.