O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) informou nesta sexta-feira que teve lucro de 3,1 bilhões de reais no terceiro trimestre, alta de 62% em relação ao mesmo período de 2014. Segundo a instituição, a melhora do resultado do período refletiu, entre outros fatores, a revisão dos spreads — diferença entre o que os bancos pagam na captação de recursos e o que eles cobram ao emprestar. A Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP), principal linha de financiamento do banco, vem subindo gradualmente desde o começo do ano passado, passando de 5% para os atuais 7% ao ano.
A TJLP tem juros subsidiados pelo Tesouro Nacional. O governo federal tem diminuído esse benefício como parte dos esforços mais recentes para corrigir seu desequilíbrio fiscal. O movimento de alta das taxas do BNDES acompanha a tendência dos bancos de varejo, na esteira de maiores custos de captação e do aumento dos riscos de inadimplência. Segundo o BNDES, no entanto, seu índice de calotes ficou em 0,02% no fim do período, abaixo da média do sistema de 3,1%.
O percentual de créditos renegociados foi de 1,88% da carteira total. No acumulado do ano até setembro, no entanto, o lucro de 6,64 bilhões de reais foi 10,3% menor do que o mesmo intervalo do ano passado, sob pressão do fraco resultado com participações societárias.
O banco estatal teve rentabilidade sobre o patrimônio de 15,45% no trimestre. O relatório não apresenta uma base de comparação. Mas o número é maior do que o registrado pelo Banco do Brasil, também controlado pelo governo federal. O BNDES não informou seu estoque de crédito no final de setembro.
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(Com agência Reuters)