A fabricante de computadores chinesa Lenovo Group informou que chegou a um acordo para comprar a brasileira Digibrás Participações (CCE) por 300 milhões de reais (147 milhões de dólares). O acordo vai ampliar a presença da Lenovo no Brasil, onde a companhia fabrica computadores, telefones e televisores em sete fábricas. A negociação envolve a compra de 100% da CCE, o que inclui a marca, o parque fabril em Manaus e instalações em São Paulo.
Na noite desta terça-feira, assessores jurídicos e financeiros das duas empresas trabalhavam na redação final dos contratos para que Yang Yanquing, presidente mundial da Lenovo, pudesse fazer nesta quarta o �maior anúncio da história da empresa no Brasil�, conforme definiu a própria companhia.
A Digibrás, controlada pela família Sverner, teve receita de 1,6 bilhão de reais em 2011. O Brasil é um dos cinco maiores fabricantes de computadores pessoais do mundo, com quase 4 milhões de unidades em um total global de 85 milhões no segundo trimestre deste ano, segundo a empresa de pesquisas IDC.
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Segunda maior fabricante de PCs do mundo, a Lenovo tem enfrentado dificuldades para crescer no Brasil. As líderes locais são a brasileira Positivo Informática e a americana HP. Com a compra da CCE, a Lenovo deve dobrar de tamanho no país, ficando entre as cinco maiores fabricantes locais.
O Brasil é o terceiro maior mercado de microcomputadores do mundo, atrás da China e dos Estados Unidos. No ano passado, foram vendidas 15,3 milhões de unidades, com crescimento de 9% sobre 2010, segundo a Associação da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee).
Em julho, a Lenovo anunciou o investimento de 30 milhões de dólares para construir uma fábrica em Itu, no interior de São Paulo. A expectativa era iniciar as operações até o fim do ano, contratando até 700 pessoas.
Faz tempo que a Lenovo tenta adquirir uma fabricante brasileira. Há alguns anos, negociações com a Positivo acabaram sem resultado. Nos últimos meses, os chineses conversaram com várias empresas brasileiras, antes de chegar a um acordo com a CCE.
Foi a aquisição da divisão de PCs da IBM, em 2004, que deu projeção mundial à Lenovo. Nos últimos anos, a empresa apostou na expansão internacional, com a compra da alemã Medion e a criação de uma joint venture com a japonesa NEC.
Positivo – Nesta terça-feira, outra fabricante brasileira de computadores, a Positivo, divulgou nota negando os rumores sobre a venda de controle. Há tempos o mercado especula que a empresa poderia ser comprada justamente pela Lenovo. As ações da Positivo fecharam o pregão da BM&FBovespa com valorização de 13,72% nesta terça, a 6,30 reais. Nesta quarta, entretanto, devolviam os ganhos, com recuo de 13,02%.
(com Agência Estado)