O Índice Geral de Preços-Mercado (IGP-M), indicador usado para reajustar contratos de aluguel, registrou alta de 0,34% em janeiro após elevação de 0,68% em dezembro, com destaque para a queda nos preços de matérias-primas brutas, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV) nesta quarta-feira. O IGP-M havia fechado 2012 com alta acumulada de 7,82%. O resultado de janeiro ficou acima do esperado pelo mercado, que esperava avanço médio de 0,31%. Neste começo de ano, os preços no atacado voltaram a desacelerar, depois de avançarem no fim de 2012.
Mas, a alta dos preços continua preocupando o mercado, como mostrou a prévia da inflação oficial, divulgada na semana passada: o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) marcou alta de 0,88% em janeiro, impulsionado por preços de alimentos e despesas pessoais. A notícia gerou atenção sobre os próximos passos de política monetária do Banco Central (BC), que manteve a taxa Selic em 7,25% ao ano na última reunião de seu Comitê de Política Monetária (Copom).
Divisões – Em janeiro, ainda segundo a FGV, o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), um dos itens que compõe o IGP-M e responsável por medir a variação dos preços no atacado, teve alta de 0,11% em janeiro, ante avanço de 0,73% no mês anterior. Esse indicador responde por 60% do índice geral.
Em relação à origem dos produtos, a desaceleração foi puxada pelos produtos agropecuários, cujos preços caíram 0,62% após alta de 1,40% em dezembro. Já os produtos industriais registraram alta de 0,40%, ante 0,46% anteriormente.
Entre os estágios de produção, os preços dos Bens Finais avançaram 1,30% (ante 0,74% anteriormente), enquanto o item Bens Intermediários desacelerou para 0,29%, ante 0,41% em dezembro e o o índice de Matérias-Primas Brutas apresentou variação negativa de 1,41% (contra alta de 1,11% no mês anterior).
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Varejo – Outro indicador que compõe o IGP-M, o Índice de Preços ao Consumidor (IPC), com peso de 30% no índice geral, acelerou para 0,98%, contra 0,73% visto anteriormente. A principal contribuição para oresultado partiu do grupo Alimentação, com alta de 1,97% em janeiro ante 1,29%.
Por fim, o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC), com peso de 10% no IGP-M, registrou elevação de 0,39%, acelerando ante alta de 0,29% em dezembro, puxado pelos avanços nos dois subitens que o compõem, mão de obra e materiais, ambos registrando alta de 0,39%.
Além de medir a evolução do nível de preços, o IGP-M é utilizado como referência para a correção de valores de contratos, como os de energia elétrica e aluguel. O IGP-M é calculado com base nos preços coletados entre os dias 21 do mês anterior e 20 do mês de referência.
(com agência Reuters)