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Guia prático para Dilma não piorar o que já vai mal na economia

O site de VEJA consultou economistas e preparou uma espécie de 'tutorial' para ajudar a presidente a não repetir os deslizes de seu primeiro mandato

Por Luís Lima 17 nov 2014, 06h48
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  • O desarranjo macroeconômico que leva a assinatura de Dilma Rousseff (PT) terá de ser corrigido pela própria presidente nos próximos quatro anos. A adoção de políticas heterodoxas em seu primeiro mandato provocou inúmeras distorções, sobretudo no funcionamento do tripé, composto pelo regime de metas de inflação, a política fiscal e pelo câmbio flutuante. O estímulo ao consumo, em detrimento da oferta, compõe o cerne da estratégia da presidente, que parece não se comover com o atual cenário de recessão técnica, com a baixa taxa de investimento, de 16,5 % do Produto Interno Bruto (PIB), ou com o preocupante patamar da dívida bruta, em 61,7% do PIB. Isso para citar apenas alguns exemplos. Para tentar reverter este cenário e orientar Dilma a não cometer os mesmos deslizes de seu primeiro mandato, o site de VEJA conversou com especialistas e preparou um tutorial para ajudar a presidente a fazer a “lição de casa”.

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    A tarefa “número um”, segundo os economistas, é resgatar a credibilidade fiscal. “Nada é mais importante do que perseguir um resultado crível e ver o governo, efetivamente, comprometido em cumpri-lo”, afirmou Alexandre Espírito Santo, economista da Simplific Pavarini Investimentos. “Dar maior transparência à política fiscal, acabar com a contabilidade criativa e deixar de apelar para receitas extraordinárias devem ser compromissos prioritários”, aponta Rafael Bistafa, da Rosenberg Associados. Nesse sentido, 2015 deve ser, sem escapatória, um ano de ajustes. Esse foi o sinal dado pelo ministro da Fazenda demissionário, Guido Mantega, no começo do mês, ao falar em reduzir despesas com seguro-desemprego, abono-salarial, auxílio-doença, pensão por morte e subsídios voltados a crédito. As agências de classificação de risco estão olhando com lupa para a política fiscal, uma das mais criticadas da atual gestão, e o Brasil deve cuidar bem dessa área se quiser manter seu grau de investimento.

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    Outra lacuna deixada por Dilma no primeiro mandato é a elaboração de um plano estratégico de crescimento de longo prazo. “Após organizar e alinhar as áreas fiscal e monetária, será preciso fazer um projeto de crescimento que se sustente no trinômio: investimento, produtividade e competividade”, defende Jorge Arbache, professor de economia da Universidade de Brasília (UnB). A falta desta estratégia, segundo os especialistas, ajuda a explicar vício do atual governo em apostar em “improvisações” e medidas curto-prazistas, como as várias desonerações tributárias voltadas a setores específicos.

    A lista de exigências não para por aí. Domar de vez a inflação, atualmente em 6,59% em 12 meses, liberar o espírito animal dos investidores, avançar em acordos comerciais bilaterais com Europa e Estados Unidos, simplificar o sistema tributária, intervir menos e deixar o câmbio “respirar” foram outros pontos citados.

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    No entanto, um dos principais entraves para dar cabo a essas mudanças é a própria postura da presidente, que tem enorme dificuldade em reconhecer erros. O mercado de trabalho é uma de suas áreas favoritas. No começo do mês, o ministro-chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante, braço-direito da presidente, sinalizou que o ajuste econômico não deve acontecer como o esperado. A jornalistas, ele defendeu cortes de gastos públicos, mas não de forma drástica, e reforçou o foco na manutenção do emprego e da renda da população. Mas a menina dos olhos do governo pode não se sustentar no ano que vem. Um importante sinalizador disso é o fechamento de mais de 30 mil vagas formais de trabalho em outubro, o primeiro resultado negativo para o mês desde o início da série histórica, em 1999, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgado pelo Ministério do Trabalho. Antes que o governo não tenha nem o mercado de trabalho para se orgulhar, seria razoável ler algumas das recomendações de economistas organizadas na lista a seguir.

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