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Grécia: credores privados começam a digerir o essencial das perdas

As novas condições fixadas pelo acordo sobre a dívida da Grécia, muito mais duras do que as previstas inicialmente, serão digeridas sem choque pelos credores privados, que, por assim dizer, já assimilaram, pelo menos o essencial das perdas. Após conseguirem a aceitação pelos credores privados de perdas de 21% (final de julho), e depois de […]

Por Por Thomas URBAIN
14 fev 2012, 15h03
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  • As novas condições fixadas pelo acordo sobre a dívida da Grécia, muito mais duras do que as previstas inicialmente, serão digeridas sem choque pelos credores privados, que, por assim dizer, já assimilaram, pelo menos o essencial das perdas.

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    Após conseguirem a aceitação pelos credores privados de perdas de 21% (final de julho), e depois de 50% (final de outubro), as autoridades gregas, o Fundo Monetário International e os representantes da Zona Euro finalmente levaram o cursor a até 70%.

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    Mas, fiéis ao princípio da prudência, quase todos os estabelecimentos relacionados já deixaram de lado montantes importantes para enfrentar estas perdas.

    Muitos fixaram o nível dessas reservas no preço de mercado das obrigações gregas relacionadas, que desmoronaram em quase 75%.

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    É principalmente o caso dos bancos alemães Deutsche Bank e Commerzbank, do britânico Royal Bank of Scotland (RBS), do holandês ING ou da seguradora alemã Allianz, que não terão suas contas muito prejudicadas pelo acordo.

    A seguradora Swiss Re preferiu reservar o total do valor de seus títulos, sem contar com o reembolso por parte da Grécia.

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    Os bancos franceses preferiram pôr de lado até 60% de sua exposição, devendo então acrescentar algumas centenas de milhões, amputando seus resultados.

    “Há um saldo, mas são quantidades administráveis”, considera Alex Koagne, analista da Natixis.

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    Jean-Pierre Lambert, da consultoria Keefe, Bruyette and Woods, lembra, no entanto, que além da dívida soberana, o mercado se preocupa também com as atividades diretas de instituições como o Crédit Agricole e a Société Générale (que possuem cada uma um banco local) na Grécia, e cuja trajetória está longe de estar garantida.

    As seguradoras francesas permaneceram, com frequência, nos 21% de perdas, com base no princípio do primeiro acordo concluído no final de julho e depois considerado insuficiente.

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    Mas estão contando com a possibilidade de operações em bolsa, para amortecer o efeito.

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    Há ainda o problema dos bancos gregos, com níveis de reservas insuficientes, mas que serão beneficiados com o novo plano de ajuda europeu de 130 bilhões de euros, com até 30 bilhões de euros, para sobreviver a perdas colossais previstas.

    Fora dos estabelecimentos gregos, Alex Koagne, analista da Natixis prevê que o acordo terá um efeito globalmente positivo para os grandes bancos europeus, na medida em que reduz fortemente o risco sistêmico para a Zona Euro e as possibilidades de contágio.

    “Minha atenção e minhas preocupações se voltam agora para as consequências de um exemplo como este na dívida portuguesa”, afirma Christophe Nijdam, analista da AlphaValue.

    “O governo português não estaria então obrigado a seguir o caminho aberto pela Grécia, em relação a seus credores privados ?”, indaga.

    Um cenário como esse deixaria bancos e seguradoras em posição desconfortável, mesmo que nenhuma grande instituição da Europa tenha uma exposição significativa maior na dívida pública de Portugal.

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