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Governo reduz previsão de crescimento da economia para 1,5%

Em audiência no Congresso, Guedes afirma que demora na aprovação da reforma da Previdência ocasionou o corte e que país está "no fundo do poço"

Por Da redação
Atualizado em 14 Maio 2019, 20h31 - Publicado em 14 Maio 2019, 16h30
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  • A equipe econômica já trabalha com uma previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro de 1,5% para 2019. A declaração foi do ministro da Economia, Paulo Guedes, durante a audiência pública na comissão mista de Orçamento do Congresso Nacional nesta terça-feita, 14. A projeção anterior era de 2,7% de crescimento da economia. Segundo o ministro, a revisão se deve à demora na aprovação da reforma da Previdência e que o Brasil está “no fundo do poço”.

    “As hipóteses já foram superadas desfavoravelmente. Quando o cenário foi feito, em abril, havia expectativa de que a reforma (da Previdência) tivesse rapidez e haveria mais agilidade na recuperação econômica, com 2,7% de crescimento”, disse. “Temos uma economia que pode se recuperar com certa rapidez se fizer reformas que estão encomendadas. [A estimativa] de crescimento já caiu para 1,5%.”

    A fala de Guedes segue a previsão dos economistas consultados pelo Banco Central no Boletim Focus. Nesta semana, a previsão de crescimento feita por analistas caiu para 1,45%, a 11ª revisão consecutiva feita para baixo. O banco Itaú, por exemplo, já fala em crescimento de 1% neste ano, abaixo do avanço de 2018, durante o governo Temer, que foi de 1,1%. A ata do Comitê de Política Monetária (Copom), divulgada nesta terça-feira, fala em crescimento menor no  primeiro trimestre de 2019 que no mesmo período do ano passado.

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    O ministro reiterou que o país está, há décadas, prisioneiro de uma armadilha de baixo crescimento, com a renda per capita crescendo abaixo de 1% ao ano nos últimos trinta anos. Segundo ele, somente a aprovação da reforma da Previdência e de outras reformas estruturais na economia brasileira podem reverter o quadro.

    Segundo Guedes, o Congresso precisa encaminhar primeiro a reforma da Previdência, depois o pacto federativo, que limita o Poder Executivo e descentraliza atribuições para estados e municípios, e posteriormente a reforma tributária.

    “Independente do mercado querer que as coisas aconteçam rapidamente, a nossa realidade é que nós estamos no fundo do poço. Então, não adianta achar que nós vamos crescer por fora, que vamos crescer 3%. Não é a nossa realidade. A nossa realidade é o seguinte: estamos lá no fundo. Agora está nas mãos da Casa (Congresso Nacional) nos tirar do fundo do poço, com esse equacionamento fiscal”, disse o ministro

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    De acordo com o ministro, quando os investidores perceberem que há futuro fiscal assegurado, que as reformas garantirão equilíbrio fiscal pelos próximos cinco, dez e quinze anos, os investimentos privados retornarão à economia. Esse processo não ocorrerá apenas em projetos de infraestrutura, disse Guedes, mas também em áreas sociais, como educação, saúde e saneamento.

    Contingenciamento

    Segundo Guedes, a desaceleração do crescimento econômico reduz as receitas do governo e torna necessário o contingenciamento (bloqueio) de verbas do Orçamento. Ele esclareceu que o contingenciamento é temporário e não representa cortes definitivos e se disse confiante de que a aprovação das reformas melhorará o quadro fiscal.

    “O crescimento [do PIB] caiu para 1,5%, as receitas estão menores ainda. Aí começam os planejamentos de contingenciamento de verbas para frente. Não são cortes, são contingenciamentos. São preparatórios. Tenho recebido colaboração na interlocução com o Congresso, nos fóruns de governadores, de prefeitos. Estou confiante que o Congresso vai implementar reformas e que as reformas vão beneficiar a todos”, disse.

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    (Com Agência Brasil)

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