Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

FHC: ‘subir juros não é suficiente para conter preços’

Segundo o ex-presidente, a alta dos preços deve ser controlada com uma combinação de aumento da Selic com política fiscal

Por Da Redação
13 jun 2013, 16h03
  • Seguir materia Seguindo materia
  • O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso disse, nesta quinta-feira, que a inflação não está fora de controle e pode ser controlada com “relativa facilidade”. Para isso, defendeu que a política monetária de aumento na taxa de juros, que passou de 7,5% para 8% ao ano na última reunião do Comitê de Política Econômica (Copom), não é suficiente. “Tem de ser uma combinação da política monetária, com a taxa de juros, com uma política fiscal. Tem de ser uma combinação das duas”, afirmou.

    Publicidade

    Em maio, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial, atingiu o teto da meta no acumulado de 12 meses, de 6,5%.

    Publicidade

    Para o ex-presidente, a política fiscal não significa aplicar ao Brasil políticas semelhantes às utilizadas na Europa para conter a crise, que propõe uma austeridade fiscal que pode barrar investimentos públicos. “Claro que um país como o Brasil vai ter sempre algum déficit, simplesmente tem de ter transparência. Faz o déficit para quê? Tem de explicar. Por exemplo, essa política de favorecer grandes empresas nacionais justifica-se em momentos excepcionais, em casos excepcionais. Como regra, não”, afirmou.

    Leia também:

    Publicidade

    Mercado reduz expectativa para o PIB em 2013

    Governo tenta – e consegue – iniciar círculo vicioso na economia

    Publicidade

    Inflação desacelera para 0,37% em maio – mas encosta no teto da meta

    Continua após a publicidade

    Segundo FHC, para unir essas políticas basta que o governo tome a decisão de fazê-las. “Esse governo não parece ter essa decisão. Talvez seja obrigado pelas circunstâncias”.

    Publicidade

    Para o ex-presidente, a afirmação do economista Delfim Netto, de que há uma “esculhambação” nas contas públicas e de que deve haver austeridade por parte do governo para “recuperar a credibilidade”, está correta. “Acho que é isso mesmo (esculhambação). Por causa da falta de crença nas contas públicas (do governo) e por causa da maquiagem que está sendo feita. No caso, eles não são transparentes com o que fazem. Estão usando o Tesouro demais para financiar o BNDES e passar (os recursos), depois, para o setor privado”, disse.

    Leia ainda: Mantega autoriza venda de R$ 1,4 bi de crédito de Itaipu

    Publicidade

    Tesouro deve aportar até R$ 35 bilhões no BNDES

    Risco-país sobe e culpa não é só dos Estados Unidos

    Mantega anuncia mais um corte de IOF para frear alta do dólar

    A questão fiscal vem, enfim, ganhando espaço na pauta do Palácio do Planalto. As contas públicas têm preocupado economistas tanto do país quanto de outras nações. Na semana passada, a agência de classificação de risco Standard & Poor’s reduziu a perspectiva de rating de crédito do Brasil de “estável” para “negativa”, usando como justificativa a piora na questão fiscal. Paralelamente, o risco-país, também chamado risco-Brasil, saltou 25% em apenas um mês.

    Apesar do cenário, a presidente Dilma Rousseff insiste em dizer que a política fiscal e a inflação “estão sob controle“. A fala da presidente é também repetida pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, que afirmou na quarta-feira que o governo conseguirá um superávit primário – diferença entre a arrecadação e os gastos públicos antes do pagamento dos juros da dívida – de 2,3% do Produto Interno Bruto (PIB).

    Contudo, enquanto defende – apenas em teoria – o controle das finanças públicas, o governo tem anunciado cada vez mais pacotes que dilaceram a saúde das contas nacionais, como o Minha Casa Melhor, lançado na quarta por Dilma. Além disso, foram publicadas recentemente medidas provisórias que permitem “malabarismos fiscais”, como o repasse de verbas ao Tesouro para que o governo consiga aumentar seu superávit.

    Indagado sobre os boatos de uma possível saída do ministro Guido Mantega da Fazenda, FHC preferiu não comentar. “Isso é problema da Dilma (Rousseff, presidente da República)”.

    (com Estadão Conteúdo)

    Publicidade
    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Domine o fato. Confie na fonte.

    10 grandes marcas em uma única assinatura digital

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo
    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de R$ 2,00/semana*

    ou
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de R$ 39,90/mês

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.