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Fábricas deixam a Argentina e migram para o Brasil

Empresas do setor automotivo alegaram falta de condições econômicas e anunciaram fechamento de plantas no país vizinho

Por Machado da Costa Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 13 jul 2020, 16h29 - Publicado em 13 jul 2020, 09h01
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  • Ao menos três empresas do setor automotivo anunciaram, nas últimas duas semanas, o fechamento de fábricas na Argentina e a migração das operações para o Brasil. Primeiramente foram a Basf e a Axalta, companhias que produziam tintas e resinas para automóveis, a anunciar a migração na semana passada. Agora, a Saint-Gobain Sekurit, de origem francesa, fechou um acordo de demissão para seus 150 funcionários. A planta, especializada na produção de vidros para para-brisa, será incorporada pela subsidiária brasileira.

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    As decisões colocam em xeque a política industrial do atual presidente do país, Alberto Fernandez. A Saint-Gobain montou a fábrica em 2016 ao custo de 200 milhões de dólares, num acordo com o ex-ocupante da Casa Rosada, Mauricio Macri.

    Em novembro de 2019, o presidente Jair Bolsonaro afirmou, de forma atabalhoada, que o governo havia mapeado empresas que estavam dispostas a trocar a Argentina pelo Brasil. Em publicação no Twitter, ele afirmou que as multinacionais Honda, MWM e L’Óreal decidiram cruzar a fronteira, citando uma “nova confiabilidade do investidor” no país que ajudará a criar novos empregos. Dada a repercussão negativa da publicação, cerca de uma hora depois, a postagem foi apagada. A VEJA, a L’Oréal afirmou que “produz na Argentina em parceria com um fabricante local e que não há planos para mudar isso”.

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    A Argentina não vive o momento de crise que sofreu entre os anos 1990 e 2010. No entanto, a deterioração dos fundamentos econômicos locais permanece. Ao início desta década, era possível comprar 1 dólar com menos de 4 pesos. Dez anos depois, são necessários 71 pesos para adquirir um mísero dólar, perfazendo uma desvalorização de 1.675% no período.

    Após a publicação, a Saint-Gobain Sekurit enviou uma nota. Segundo a empresa, a suspensão temporária da produção para o segmento de OEM (vidro automotivo), necessária para garantir a sustentabilidade da empresa, não põe um fim da companhia francesa às operações na Argentina e mantém “seus ativos industriais na Argentina, na expectativa de uma possível retomada do mercado”. “A empresa permanece atuando no país, atendendo ao mercado de reposição. Além disso, parte dos volumes produzidos para o mercado OEM da Argentina foram transferidos para o Brasil, temporariamente. A Sekurit garante a continuidade das operações na Argentina, mantendo as atividades da unidade localizada em Tortuguitas, bem como seu compromisso com o mercado local”, afirmou.

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