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Equipe econômica é alinhada e tem diálogo estreito com mercado, dizem analistas

Diferentemente do que se via nos últimos momentos do governo Dilma Rousseff, integrantes da nova equipe econômica sinalizam ter agenda única, o que deve agilizar decisões

Por Luís Lima 17 Maio 2016, 16h53
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  • A credibilidade dos nomes escolhidos, a aparente sintonia de ideias que têm e a capacidade de diálogo com o setor privado são algumas das características citadas por economistas de fora do governo para definir a equipe econômica anunciada nesta terça-feira pelo ministro da Fazenda, Henrique Meirelles. Essas características tendem a agilizar a tomada de decisões, ao menos de acordo com a primeira leitura sobre o time feita por analistas.

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    Meirelles como ministro da Fazenda, Ilan Goldfajn na presidência do Banco Central (BC), Mansueto de Almeida Júnior como secretário de Acompanhamento Econômico e Maria Sílvia Bastos Marques como presidente do BNDES são nomes familiares e benquistos pelo mercado. A considerar o perfil de cada um, afirmam analistas ouvidos pelo site de VEJA, pela primeira vez em anos o país terá a chance da construir uma agenda única capaz de dar início a reformas duras, porém necessárias, para o equilíbrio das contas públicas e a retomada da atividade.

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    “O governo anterior não tinha uma agenda devido às divergências entre os intregrantes da equipe econômica e o governo. Tínhamos BC e Fazenda em direções opostas. O ex-ministro Nelson Barbosa, por exemplo, chegou a dizer que era preciso fazer uma reforma da Previdência, e sofreu forte resistência por parte de integrantes do PT, como o presidente da legenda Rui Falcão. Não havia consenso”, diz Celson Plácido, estrategista-chefe da XP Investimentos.

    Plácido enfatizou a importância estratégica do cargo de Mansueto – a quem se referiu como um dos maiores especialistas em contas públicas do país – na identificação de onde estão os problemas da área fiscal. “Esse diagnóstico é importante, para começar a agir com poucas, mas eficientes medidas”, disse.

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    A dúvida que fica, segundo o sócio da 4E Consultoria Juan Jensen é a capacidade de articulação do novo governo no Congresso. “O ex-ministro Joaquim Levy também montou uma equipe muito qualificada tecnicamente, fez propostas, mas não conseguiu avançar por problemas de articulação política”, disse. “Mas é indiscutível que fica mais fácil fazer o trabalho, sentar na cadeira, com o respeito dos mercados.”

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    Até agora, nenhuma medida concreta foi anunciada pela nova equipe econômica. Um dos mantras repetidos por Meirelles em entrevistas recentes é “vamos devagar que eu estou com pressa”. Em compasso de espera, os mercados reforçam a cautela. Nesta tarde, a Bovespa caía mais de 1,50% e o dólar também operava em baixa, de cerca de meio porcento.

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    Prova de fogo – A capacidade de articulação da equipe econômica do presidente interino Michel Temer será posta à prova já na semana que vem, quando deverá ocorrer no Congresso a votação da nova meta fiscal. A votação está prevista para ocorrer até quarta-feira.

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    Para o diretor da assessoria de câmbio FB Capital, Fernando Bergallo, a expectativa é de que, restabelecido o comando do país, a economia possa ganhar alguma tração e, eventualmente, evitar uma queda do PIB em 2017. “Fechamos 2015 com queda e, mesmo estando ainda em abril, já é absolutamente certo que fecharemos com queda forte neste ano. Com a troca de governo, existe alguma chance de revertermos isso e acreditamos que a recuperação da economia tenda a elevar os negócios em todos os segmentos, incluindo o nosso”, avaliou.

    Em nota, o presidente do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco Cappi, classificou a nova equipe como “robusta, homogênea e de credibilidade”. “Tarcísio Godoy (secretaria executiva), Carlos Hamilton (secretaria de Política Econômica), Mansueto Almeida e Marcelo Caetano (secretaria de Previdência) são nomes da confiança do ministro Meirelles e expoentes em suas atividades”, resumiu.

    Para Trabuco, a nomeação de Ilan será a a “chave” para o sucesso da nova equipe econômica “no desafio de alcançar a condição de relançar a economia brasileira a um novo tempo de crescimento, emprego e conquistas sociais”. Já Maria Silvia, que assumirá o BNDES, foi definida como uma “profissional de qualidade, incansável e exemplar na busca dos objetivos traçados”.

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    O presidente do BC, Alexandre Tombini, também elogiou a nomeação do novo dirigente da autoridade monetária. Segundo ele, Ilan é um “profissional reconhecido, com larga experiência no setor financeiro brasileiro e ampla visão da economia nacional e internacional (…) Suas qualidades e sua formação o credenciam a uma bem-sucedida gestão frente à autoridade monetária brasileira”, disse.

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