PGBL, VGBL, dedução de IR… A sopa de letrinhas da previdência privada pode assustar, mas conhecer esse tipo de investimento é importante, porque, a cada dia, ele deve estar mais presente na vida do brasileiro. E isso porque a reforma da Previdência prevê a autorização de um sistema de capitalização para trabalhadores que vierem a entrar no mercado de trabalho. Nesse sistema, os segurados seriam responsáveis por bancar a sua própria aposentadoria no futuro. Para essa poupança, seriam usados produtos de previdência complementar disponíveis no mercado, e o trabalhador poderia escolher qual é o melhor para ele naquele momento.
Esse novo modelo substituiria o sistema de repartição simples, vigente hoje, em que o trabalhador da ativa é que financia o aposentado. Com o aumento da expectativa de vida e a baixa natalidade, a equipe econômica afirma que o modelo está condenado e é preciso uma alternativa. A proposta do governo, caso seja aprovada, apenas autoriza o sistema, porém sua regulamentação seria feita posteriormente, por meio de lei complementar.
Apesar da discussão sobre a autorização ou não da capitalização gerar ruído no Congresso, os produtos estão aí e são uma alternativa para quem quiser começar a planejar a aposentadoria e complementar a renda além do benefício que vier a ter direito pelo INSS.
Segundo Jorge Nasser, presidente da Federação de Empresas de Previdência (Fenaprevi), a previdência complementar no Brasil é uma realidade consolidada. “A previdência aberta tem mais de 840 bilhões de reais de reserva com 13 milhões de pessoas no sistema.” De acordo com Nasser, as alterações na previdência pública trazem oportunidades para o setor, mas a Fenaprevi não cita o quanto que o setor deve crescer.
Mas afinal, como investir?
A Previdência Privada é um sistema de aposentadoria no qual não há ligação com o INSS. Existem dois tipos: fechado, que são oferecidos pela empresa apenas a seus funcionários por meio de uma fundação, e aberto, que são disponíveis para qualquer pessoa em bancos ou corretoras. Para gerar os rendimentos, o dinheiro é investido em outros ativos, o que faz os planos de previdência se assemelharem aos fundos de investimentos. O banco investe em ativos que podem variar desde ações a títulos públicos ou privados.
Basicamente, existem dois tipos de previdência privada atualmente. Ambos visam investimento a longo prazo, mas têm modelos diferentes de tributação, o que pode ajudar o consumidor a escolher qual se adéqua mais. No PGBL (Plano Gerador de Benefício Livre), é possíve que sejam deduzidos da declaração anual do Imposto de Renda em até 12% da renda tributável. Porém, quando resgatar, pagará IR sobre todo o valor.
Já no VGBL (Vida Gerador de Benefício Livre), não há essa dedução. Esse plano não apresenta a vantagem na dedução. Entretanto, no resgate, o imposto incidirá apenas sobre os rendimentos, não sobre o total. Ideal para quem é isento de IR ou faz declaração no modelo simplificado.
Segundo Nasser, além de decidir qual o modelo, é preciso que o trabalhador busque saber por quanto tempo quer investir, os valores de carregamento (taxa cobrada para investir no plano), por quanto tempo quer receber –se de forma vitalícia ou até uma determinada idade– e de que maneira investir, se mensal ou com aplicações esporádicas.
Escolha seu plano
Os sites de bancos como Bradesco, Itaú, Caixa, Santander e Banco do Brasil têm simuladores de previdência privada. Neles é necessário informar o quanto quer investir e por quanto tempo para ver qual o produto é mais indicado. Corretoras como a Mapfre e a Icatu também disponibilizam a ferramenta.
Para comparar opções, o investidor pode fazer uma busca no portal Buscaprev, que reúne planos indicados tanto de bancos como de corretoras de seguros, mais indicado dependendo do perfil de investimento. Já o simulador do Meu Bolso Feliz, portal de educação financeira mantido pelo SPC Brasil, mostra qual investimento é mais indicado para o perfil do investidor: se o PGBL, o VGBL ou até mesmo a poupança.