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Embargo europeu deve reduzir em 60 milhões a produção de pintinhos

Com a proibição europeia, o Brasil precisa reduzir a produção mensal de pintinhos de 540 milhões para 480 milhões de unidades por mês

Por Gilmara Santos
Atualizado em 2 Maio 2018, 16h58 - Publicado em 2 Maio 2018, 15h50
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  • Entidade do setor diz que ovos são eliminados antes de entrarem na incubadora e podem ser aproveitados na fabricação de ração (iStock/Getty Images)

    A restrição das importações de frango pela União Europeia (UE) afeta toda a cadeia produtiva do setor. Uma das prejudicadas é a de produção de pintinhos em todo o Brasil. A estimativa do setor é que seja necessário reduzir a produção em 60 milhões de unidades por mês. Hoje, o Brasil gera cerca de 540 milhões de pintinhos mensalmente – para atender à nova demanda é preciso diminuir esse montante para 480 milhões por mês.

    “A barreira comercial imposta pelos europeus está obrigando as empresas a diminuírem a sua criação”, explica o presidente da Associação Paulista de Avicultura (APA), Erico Pozzer.

    Ele nega que as empresas destruam ou descartem os animais e diz que essa não é a prática habitual do setor. “O que se faz é eliminar os ovos antes de colocá-los na incubadora, que podem ser usados para ração animal, por exemplo, ou abater a matriz. O banimento de pintinhos não é algo que costuma acontecer ”, esclarece o executivo.

    Pozzer explica que os preços, que diminuíram no mercado interno, devem voltar a subir nos próximos meses devido ao equilíbrio entre produção e demanda. “Entre junho e julho, o custo do quilo da carne de frango deve aumentar entre 1 real e 1,50 real, com os valores voltando aos patamares anteriores. Hoje, o produtor tem prejuízo médio de 1 real por quilo, reflexo da barreira comercial e da alta no preço da soja e milho”, comenta.

    A União Europeia anunciou no mês passado exclusão de 20 unidades de frigoríficos da lista dos que estão autorizados a exportar frango para o bloco comercial. A maior parte pertence à BRF, dona da Sadia e Perdigão, maior processadora de alimentos do país. Essas empresas representam cerca de 30% do total de frango exportado para a UE.

    Os europeus alegam que as restrições são sanitárias, mas o governo brasileiro considera que as barreiras são comerciais e vai recorrer à Organização Mundial do Comércio (OMC) contra a medida.

    As empresas, por sua vez, tentam adequar a produção à nova realidade. Diante da queda da demanda externa pelo frango brasileiro, sindicatos calculam que 7 mil empregados já estão em férias coletivas e que, se o embargo não cair, até 15 mil postos de trabalho poderiam estar em risco. 

    O Ministério do Trabalho deve apresentar uma proposta para evitar demissão de funcionários da BRF que trabalham diretamente com o frango destinado à exportação. A sugestão é retomar o Programa Seguro-Emprego (PSE), assim como já ocorreu no passado com a indústria automotiva. Pela iniciativa, o trabalhador tem a garantia da manutenção do emprego, mas com salário e carga horária 30% menores. Como contrapartida, o Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) paga compensação equivalente a 15% do salário. Assim, o gasto salarial da empresa cai 30%, mas a renda do empregado reduz 15%.

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