O dólar fechou em queda nesta quarta-feira e foi abaixo de 3,90 reais, seu menor valor de fechamento do ano, influenciado por expectativas de estímulos econômicos na China, pela alta dos preços do petróleo e pelo noticiário político local. A queda foi de 1,35%, a 3,88 reais, a menor cotação desde 29 de dezembro, quando ficou em 3,87 reais.
“A sensação que eu tenho é que o mercado está lentamente percebendo que aquele período de pressão forte ficou para trás e está desmontando as posições compradas”, disse o operador da corretora B&T Marcos Trabbold.
O corte na taxa de compulsório (parcela dos depósitos dos clientes que os bancos precisam deixar guardada no banco central) que a China anunciou na segunda-feira vem alimentando a demanda por ativos de risco nos mercados globais, mesmo diante da leva de dados fracos e após a agência de classificação de risco Moody’s piorar a perspectiva para a nota de crédito do país.
O bom humor ganhou um pouco mais de força no fim da manhã, quando os preços do petróleo voltaram a subir. O movimento manteve vivas as esperanças de que o mercado já tenha superado seu pior momento, apesar dos estoques recordes nos Estados Unidos.
No mercado brasileiro, fatores políticos também deram força ao recuo do dólar. O jornal Folha de S. Paulo publicou que o ex-presidente da empreiteira OAS Léo Pinheiro decidiu fazer acordo de delação premiada e deve relatar casos envolvendo o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Leia também:
Pedidos de recuperação judicial saltam 360% em fevereiro
Alguns operadores têm vendido dólares, apostando que teria crescido a chance de mudança no governo via impeachment da presidente Dilma Rousseff. Outros investidores, porém, entendem que as incertezas geram um quadro desfavorável ao ajuste macroeconômico.
“No fundo, o noticiário político é o que dá o tom. O mercado está muito sensível, tem muito boato, muito rumor”, disse o operador da corretora Intercam Glauber Romano.
(Com Reuters)