Com sinalizações de estabilidade na taxa de juros norte-americana e de andamento da reforma da Previdência, o dólar fechou com queda de 0,78% nesta quarta-feira, 10, cotado a 3,82 reais – seu menor valor em vinte dias.
Foi divulgada, nesta quarta-feira, a ata da reunião do Comitê de Política Monetária do Federal Researve, banco central dos Estados Unidos. A leitura do mercado é que o Fed reforçou a ideia de juros estáveis por sinalizar a recuperação sazonal econômica e a inflação baixa, segundo Thiago Salomão, analista da Rico Investimentos.
“O Fed é como um aspirador: se ele aumenta os juros, a oferta de moeda no mercado cai e o valor do dólar sobe; se os juros ficam estáveis, a moeda não é sugada e seu valor também se estabiliza”, afirma o analista.
Além disso, na noite de terça-feira, 9, o relator da reforma da Previdência, o deputado delegado Marcelo Freitas (PSL-MG), votou pela admissibilidade total da Proposta de Emenda à Constituição na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados. É o sinal verde para que o texto avance à comissão especial, que discutirá o mérito da proposta.
Com o andamento das novas leis da aposentadoria, os investidores estrangeiros confiam mais no país, segundo Salomão.
Mercado de ações
Apesar do parecer positivo do relator da reforma da Previdência, que sinalizaria valorização do mercado acionário, o Ibovespa teve queda de 0,35% nesta quarta-feira, 10. O pregão foi encerrado aos 95.953,45 pontos. O índice foi influenciado pela decisão do governo de pagar 9,058 bilhões de dólares (aproximadamente 33 bilhões de reais) à Petrobras.
O Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) aprovou o valor a ser pago à estatal como parte da conclusão da renegociação do contrato da chamada cessão onerosa com a empresa.
Com dificuldades fiscais, o governo deverá usar parte dos recursos arrecadados com o leilão do excedente que cabe à União na cessão onerosa, previsto para 28 de outubro, para pagar os montantes da renegociação à Petrobras, o que desagradou ao mercado, segundo Ilan Arbetman, analista da Ativa Investimentos.
“Para o governo, que tem a pauta baseada na reforma, que quer aumentar a arrecadação fiscal, não faz muito sentido esse gasto”, afirmou Arbetman.