A dívida de aposentados do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), trabalhadores do setor privado e servidores público com crédito consignado subiu 15,3 bilhões de reais no ano. O saldo devedor dos aposentados do INSS e trabalhadores do setor privado com esse tipo de empréstimo passou de 117,7 bilhões de reais em janeiro para 125,6 bilhões de reais em agosto, segundo dados do Banco Central. Isso representa um aumento de 7,9 bilhões de reais no total de endividamento.
O crédito consignado é uma modalidade que cobra taxas de juros menores, pois o desconto das parcelas é feito diretamente na folha de pagamento ou aposentadoria do INSS, reduzindo o risco de inadimplência.
No caso dos servidores públicos, o endividamento com o consignado avançou de 176,4 bilhões de reais para 183,8 bilhões de reais entre janeiro e agosto, um acréscimo de 7,4 bilhões de reais.
As facilidades para pegar um empréstimo consignado têm empurrado os aposentados para a inadimplência. Segundo a Serasa Experian, a inadimplência entre os idosos foi a que mais cresceu nos últimos dois anos. Do total de pessoas no país com mais de 61 anos, 35,1% delas estavam com o orçamento no vermelho em julho de 2018 — uma evolução de 2,6 pontos porcentuais em relação a igual período de 2017.
Em julho, 8,8 milhões de idosos deixaram de pagar em dia seus compromissos, um aumento de 10% em relação ao apurado no período correspondente do ano passado, quando 8 milhões estavam inadimplentes.
Na avaliação dos economistas da Serasa Experian, o aumento da inadimplência nessa faixa etária mostra que um número maior de aposentados ou pensionistas com mais de 61 anos passou a ajudar o orçamento de suas famílias, recorrendo a empréstimos consignados.
No começo do mês, o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) publicou resolução que vai beneficiar aposentados e pensionistas que tiveram descontos indevidos em seus benefícios referentes à contratação do empréstimo consignado. Segundo a resolução, o desconto do consignado será suspenso imediatamente se o segurado alegar que não solicitou o financiamento. Atualmente, os segurados podem comprometer até 35% de sua renda com o consignado.