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Crise econômica deu fôlego ao avanço dos atacarejos

O número de atacarejos saltou 16,92% de 2015 para 2016, saindo de 266 para 311 lojas

Por Fabiana Futema Atualizado em 16 out 2017, 15h12 - Publicado em 15 out 2017, 11h23
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  • A expansão dos atacarejos – formato de supermercado que vende tanto no atacado quando no varejo – acompanhou o agravamento da crise econômica nos últimos anos, que afetou a renda e emprego dos consumidores. O número de atacarejos saltou 16,92% de 2015 para 2016, saindo de 266 para 311 lojas, segundo o ranking das 500 maiores empresas do setor da Associação Brasileira de Supermercados (Abras).

    “Esse formato começou a ganhar destaque em 2012 e atingiu seu ápice, como opção atraente para quem procura preço, entre 2014 e 2105, quando a crise começou a impactar as pessoas”, diz Rodrigo Mariano, gerente de economia e pesquisa da Associação Paulista de Supermercados (Apas).

    Mas os sinais de recuperação econômica podem reduzir a preocupação dos consumidores com economia. “Pode ser que o público fique menos atento ao preço e passe a valorizar mais a comodidade, afirma Antonio Carlos Ascar, especialista no setor varejista.

    Por enquanto, as grandes redes mantêm planos de ampliação das lojas atacarejistas. O Carrefour possui 145 unidades da bandeira Atacadão. Desse total, oito foram abertas em 2017.

    O Grupo MGB – dono das bandeiras Mambo e Giga – conta com seis atacarejos e pretende inaugurar mais um neste ano. O plano é chegar a 2021 com mais de 20 lojas.

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    Esse investimento parece se traduzir em receita. O Assaí, pertencente ao Grupo Pão de Açúcar (GPA), por exemplo, já ultrapassou as bandeiras Extra e Pão de Açúcar, também do mesmo grupo.

    A maior fonte de receita do grupo MGB – dono das bandeiras Mambo e Giga – também vem do atacarejo. Segundo André Nassar, CEO do grupo MGB, 70% do faturamento vem das lojas de atacarejo do Giga.

    “Se pensarmos em volume, a participação é ainda maior, chega a 90%. Existe a facilidade de não precisar de cadastro nem de um valor mínimo para poder comprar nos atacarejos. Se quiser comprar uma caixa, pode. Se quiser levar uma lata, também pode”, diz Nassar.

    Segundo Rodrigo Mariano, muitas redes transformaram seus hipermercados em atacarejos. “Nem todo atacarejo é uma loja nova, recém-construída. Muitas eram hipermercados.”

    Ele diz que a expectativa do setor é fechar o ano com um crescimento na receita de 1% a 1,5%. Nos segmentos vizinhança e atacarejo, o avanço será maior. “Muito do aumento desses formatos está atrelado à abertura de novas lojas. Não é um crescimento nas mesmas lojas, mas em todas elas.”

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    Futuro on-line

    Para Nassar, do MGB, o futuro do varejo passa pela combinação de vários formatos de loja com o e-commerce. Por isso, ele planeja abrir um canal de vendas on-line para o Giga.

    “No futuro, o consumidor vai fazer a compra de última hora perto de casa. As compras recorrentes, que ele sabe que vai fazer todo mês, deixará para fazer pela internet”, aposta Nassar.

    Claudio Felisoni, coordenador-geral do Programa de Administração de Varejo da Fundação Instituto de Administração (FIA), diz que existem compras que não dependem dos sentidos do consumidor. “Ele não precisa estar perto, sentir, cheirar. São compras que podem ser feitas pela internet.”

    Mas ele não acredita no fim dos supermercados tradicionais. “Deve haver um processo gradativo de redução de tamanho. Não tem sentido manter grandes estoques, ainda mais com a valorização do metro quadrado.”

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    Loja Giga, o atacarejo do grupo MGB
    Loja Giga, o atacarejo do grupo MGB (//Divulgação)
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