Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Coronavírus: BC vê forte queda do PIB no 1º semestre e recuperação gradual

Segundo ata do Copom, retomada é gradual e pode ser feita em 'idas e vindas'; comitê ainda enxerga espaço para cortes, mas afirma que margem é pequena

Por Larissa Quintino Atualizado em 12 Maio 2020, 10h10 - Publicado em 12 Maio 2020, 09h33
  • Seguir materia Seguindo materia
  •  A crise e os impactos econômicos trazidos pelo coronavírus devem afetar significativamente o crescimento da economia mundial, em uma recessão “com poucos precedentes históricos”, afirmou o Comitê de Política Monetária (Copom) na ata da reunião que cortou a Selic, taxa básica de juros, para 3% – menor patamar da história – na tentativa de mitigar danos causados pela pandemia na economia brasileira.

    Publicidade

    Segundo o relatório divulgado nesta terça-feira, 12, o Banco Central afirma que o cenário de abril, mês marcado por aumento de casos de Covid-19 e medidas de distanciamento social, indicam forte ociosidade da economia. Com isso, o BC projeta queda forte do PIB na primeira metade deste ano, seguida de uma recuperação gradual a partir do terceiro trimestre, ainda dada como incerta.

    Publicidade

    “A menos [em caso de] de avanços médicos no combate à pandemia, é plausível um cenário em que a retomada, além de mais gradual do que a considerada, seja caraterizada por idas e vindas”, diz a ata da reunião. O Copom avalia que o cenário de crise global é particularmente desafiador a países emergentes como o Brasil, já que há aversão a risco e investidores buscam colocar recursos em ativos mais seguros.

    Por isso, diante da contração da economia e seu impacto sobre a inflação, a ata sinaliza que há membros do Copom favoráveis a mais cortes na taxa de juros, porém não há unanimidade na decisão. “Entretanto, foi preponderante a avaliação de que, frente à conjuntura de elevada incerteza doméstica, o espaço remanescente para utilização da política monetária [novas reduções da Selic] é incerto e pode ser pequeno”, acrescentou o colegiado no documento.

    Publicidade

    O BC reafirmou que, para sua próxima reunião, marcada junho, pode haver novo corte na Selic “não maior do que o atual [0,75 ponto percentual], para complementar o grau de estímulo necessário como reação às consequências econômicas da pandemia da Covid-19”. O colegiado chegou a discutir se há a existência de um piso mínimo para a Selic, para que a taxa básica não pudessem causar instabilidade nos mercados financeiros e no preço de ativos, como o dólar, por exemplo. Por isso, o Comitê argumenta que irá avaliar as variações na taxa de forma gradual “para avaliação da resposta dos preços de ativos financeiros”. Após o anúncio da redução da Selic de 3,75% ao ano para 3%, o dólar disparou e passou a ser vendido a mais de 5,70 reais, caminhando para 6 reais.

    Continua após a publicidade

    Retrato da crise

    A forte retração no nível de atividade econômica e a queda da demanda interna trazidos pelo coronavírus, dão a crise um caráter deflacionário. A deflação acontece quando os preços de produtos e serviços caem em um determinado período. É um movimento contrário ao da inflação, quando os preços sobem. Uma das principais causas da deflação prolongada é a economia em crise, quando os consumidores compram menos e forçam as empresas a reduzirem preços.

    Publicidade

    Em abril, por exemplo, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), usado como indicador oficial da inflação no país, teve variação negativa de 0,31%. Esse foi o primeiro registro de deflação para abril desde o início do plano real. O mercado financeiro prevê inflação de 1,76% para este ano. A meta é de 4% este ano, com margem de erro entre 2,5% e 5,5%. A meta de inflação é fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Para alcançá-la, o Banco Central eleva ou reduz a taxa básica de juros da economia (Selic).  Segundo o colegiado, o compromisso com a meta de inflação “sempre foi e segue sendo o principal objetivo” da política monetária.

    Publicidade
    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Domine o fato. Confie na fonte.

    10 grandes marcas em uma única assinatura digital

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo
    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de R$ 2,00/semana*

    ou
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de R$ 39,90/mês

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.