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Com cenário inflacionário incerto, BC opta por mais flexibilidade na Selic

Copom destaca mercado de trabalho forte como fator de resiliência da inflação de serviços; parte do comitê fala em afrouxamento mais lento dos juros

Por Larissa Quintino Atualizado em 8 Maio 2024, 12h06 - Publicado em 26 mar 2024, 08h46
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  • A ata da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, se debruçou sobre o cenário incerto do processo de redução da inflação e, por isso, decidiu-se por ter mais flexibilidade na condução da política monetária.

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    Na semana passada, o colegiado reduziu em 0,5 ponto percentual a taxa básica de juros, que chegou a 10,75% ao ano. No entanto, ao contrário das reuniões anteriores, com corte de 0,5 p.p., o Copom sinalizou apenas mais um corte na mesma magnitude. A queda do plural de “próximas reuniões”, inclusive, foi o grande assunto do mercado após a decisão do colegiado.

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    Na ata, divulgada nesta terça-feira, 26, o comitê do Banco Central aponta que houve um debate no Copom sobre a comunicação. Ainda que a autoridade monetária afirme que “o cenário-base não se alterou substancialmente”, o BC reconhece que, devido às incertezas, “julgou-se mais apropriado ter maior flexibilidade”. Segundo o Banco Central, “há mais incerteza nas conjunturas domestica e internacional”.

    Segundo a autoridade monetária, alguns membros argumentaram que, se a incerteza se mantiver elevada, um ritmo mais lento de distensão monetária pode ser adotado. Ou seja, os cortes podem passar a ser menores que 0,5 ponto a partir da reunião de junho. “Alguns membros ressaltaram ainda que, se a incerteza prospectiva permanecer elevada no futuro, um ritmo mais lento de distensão monetária pode revelar-se apropriado, para qualquer taxa terminal que se deseje atingir”, informou o BC no documento.

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    Para o economista André Perfeito, o posicionamento da autoridade monetária sobre o forward guidance é correto. “A diretoria do BC acertou ao usar o instrumento, mas, mesmo vendo que não há alteração ao cenário-base da instituição, achou por bem iniciar o fim do instrumento dado o aumento da volatilidade.”

    Inflação

    Entre os riscos para a inflação apontados estão fatores nas duas direções — que aumentam a instabilidade: no viés altista dos preços estão uma maior persistência das pressões inflacionárias globais e resiliência na inflação de serviços, acima da projetada, que se relaciona ao aquecimento do mercado de trabalho e à aceleração nos rendimentos reais. “Ao fazer o balanço do consumo ao longo dos últimos anos, prevaleceu, ainda assim, a visão de que a sustentação do consumo se deu por um mercado de trabalho dinâmico, tanto no nível de emprego quanto de salários, pela expansão de benefícios sociais, pela lenta desalavancagem das famílias e, por fim, pelo processo desinflacionário, que contribuiu para o aumento da renda real disponível”, afirma o BC.

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    Já no viés baixista, o Copom lista uma desaceleração da atividade econômica global mais acentuada do que a projetada e os impactos do aperto monetário sincronizado sobre a desinflação global se mostrarem mais fortes do que o esperado — relacionando à política monetária dos Estados Unidos, que optou por continuar com os juros no maior patamar em 22 anos no país. “Na conjuntura internacional, o cenário desinflacionário se mostra mais incerto, em função de um contexto de atividade resiliente nos Estados Unidos e seu impacto nas condições financeiras globais. Além disso, os impactos da política monetária sobre a atividade e a inflação também geram incerteza na velocidade da desinflação em diversos países”, diz o documento.

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