As despesas dos brasileiros com viagens internacionais somaram 10,18 bilhões de dólares no primeiro semestre de 2011 – um valor 44% maior ao registrado no mesmo período de 2010. Apenas em junho, os gastos alcançaram 1,8 bilhão de dólares, segundo informações divulgadas nesta terça-feira pelo Banco Central. A conta líquida de viagens (gastos dos brasileiros no exterior menos gastos dos estrangeiros no Brasil) ficou negativa em 1,36 bilhão de dólares em junho e em 6,8 bilhões de dólares no acumulado do semestre. No mesmo período de 2010, o déficit na conta de viagens foi de 911 milhões de dólares em junho e 4,1 bilhões de dólares no semestre.
O resultado foi impulsionado não só pelo aumento da renda do brasileiro, como também pela queda do dólar, que chegou ao patamar de 1,53 real na manhã desta terça-feira, diante dos temores de um calote da dívida americana. Trata-se do menor valor registrado para a moeda americana desde 19 de janeiro de 1999.
Remessas de lucros e dividendos – As remessas de lucros e dividendos somaram 4,063 bilhões de dólares em junho, ficando praticamente estáveis ante igual mês de 2010. No primeiro semestre, as remessas somaram 18,768 bilhões de dólares, com crescimento de 25% sobre o resultado dos seis primeiros meses do ano passado. A despesa com juros da dívida externa foi de 443 milhões de dólares, quase metade do verificado em junho do ano passado. No primeiro semestre, o gasto com juros foi de 3,570 bilhões de dólares, queda de 29% sobre o primeiro semestre de 2010.
Dívida externa – A taxa de rolagem total de empréstimos contratados por empresas a médio e longo prazos no exterior atingiu 624%. No primeiro semestre, a taxa de rolagem é de 515%. A dívida externa brasileira fechou junho em 286,829 bilhões de dólares. A dívida de curto prazo soma 51,027 bilhões de dólares e a de longo prazo 235,803 bilhões de dólares.
Em março, último dado disponível, a dívida externa estava em 275,947 bilhões de dólares. Os principais fatores de aumento da dívida externa, no segundo trimestre, segundo o BC, foram as captações líquidas de títulos de bancos, no valor de 6,3 bilhões de dólares, e de outros setores da economia, como a indústria, totalizando 3,2 bilhões de dólares.