As taxas de referência vão se manter entre 0% e 0,25% até o final de 2014 e o programa de recompra de bônus continuará. Não houve anúncio sobre uma nova rodada de afrouxamento monetário na economia americana.
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O banco central dos Estados Unidos (Federal Reserve, Fed) ofereceu nesta quarta-feira uma perspectiva menos animadora sobre a economia norte-americana, destacando que o crescimento desacelerou. Diante desse quadro, a autoridade monetária decidiu manter suas taxas de juros, sem anunciar novas medidas de estímulo. As taxas de referência vão se manter entre 0% e 0,25% até o final de 2014 e o programa de recompra de bônus continuará.
“A atividade econômica desacelerou um pouco durante a primeira metade do ano”, disse o Fed ao término de uma reunião do Comitê de Mercado Aberto (FOMC, equivalente ao brasileiro Copom) de dois dias. O BC americano disse também que espera que o crescimento econômico siga moderado nos próximos trimestres para depois avançar gradativamente. “A taxa de desemprego (de 8,2% atualmente) baixará lentamente”, acrescentou o Fed.
Bolsas – Após os anúncios da reunião, Wall Street – que já vinha antecipando a ausência de medidas do Fed – passou a recuar ligeiramente e fechou o dia com leves quedas, com o índice Dow Jones perdendo 0,25% e o Nasdaq recuando 0,66%. O euro também apresentou recuo na sessão, operando a 1,2235 dólares às 18H45 GMT (15H45 de Brasília), contra 1,2272 antes dos comentários do Fed.
O BC norte-americano “decepcionou ao não anunciar nenhuma medida nova para estimular a economia”, afirmou Chris Low, economista da FTN Financial.
Os níveis atuais das taxas de juros têm sido mantidos desde dezembro de 2008, como forma de estimular a recuperação do Produto Interno Bruto (PIB) através do apoio ao investimento e ao consumo.
O comitê mostrou-se também disposto a adotar novas medidas “caso seja preciso, para promover uma recuperação mais vigorosa e uma melhoria sustentada nas condições do mercado de trabalho em um contexto de estabilidade de preços”.
O presidente do Fed, Ben Bernanke, e seus colegas, preferiram esperar e ver se a recente queda do ritmo da recuperação foi um tropeço ou, pelo contrário, marca uma tendência, antes de adotar novas decisões. “Este comunicado gera dúvidas sobre a possibilidade de uma nova rodada de alívio quantitativo neste ano”, disse Jim O’Sullivan, economista da HFE.
(com Agence France-Presse)