Pela terceira vez desde 2013, a Azul Linhas Aéreas decidiu adiar sua estreia na bolsa brasileira. Segundo fontes próximas à companhia, a empresa decidiu voltar atrás em relação à oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) por causa das condições adversas do mercado de capitais. No ano passado, em meio às incertezas sobre a economia brasileira, apenas a empresa de produtos veterinários Ourofino seguiu até o fim com a oferta.
A Azul pediu o registro de companhia aberta e de oferta de ações à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e à SEC (Securities Exchange Commission) em 1º de dezembro do ano passado. A empresa também solicitou registro em maio de 2013 e em fevereiro de 2014. Apesar de ter desistido, a companhia aérea fundada por David Neeleman ainda pretende lançar seus papéis nas bolsas de valores brasileira e norte-americana quando o cenário econômico for mais favorável. A decisão ainda não foi comunicada oficialmente à CVM. Procurada, a Azul não comentou a informação.
Com valor estimado pelo mercado em 1 bilhão de reais, a companhia aérea planeja uma abertura de capital desde sua fundação, em dezembro de 2008, mas o plano vem sendo adiado há pelo menos três anos. A primeira estimativa feita por David Neeleman era de que a Azul poderia abrir o capital em 2011. O cenário adverso para lançamento de ações na bolsa brasileira nos últimos anos e a fusão com a aérea regional Trip, anunciada em maio de 2012, fizeram com que o IPO ficasse para depois.
Leia também:
Economia fraca faz número de empresas cair na Bolsa
Aviões da Azul terão poltrona que vira cama na classe executiva
Azul volta a apresentar registro de oferta de ações na Bolsa
Investimentos – No prospecto da oferta de ações apresentado em dezembro, a aérea informava que usaria os recursos para comprar jatos da Embraer e ATRs, investir na ampliação de rotas, pagar dívidas e reforçar o capital de giro. No ano passado, a companhia divulgou planos ambiciosos de expansão, que incluem reforços na operação internacional e regional e podem exigir o reforço da frota.
Apesar da alta do dólar em relação ao real (componente que desfavorece as aéreas já que o custo delas é dolarizado), a Azul tinha alguns pontos a seu favor quando decidiu retomar a abertura de capital em dezembro. Entre eles, a recente queda no preço do barril do petróleo, o início da operação da empresa no aeroporto de Congonhas e o plano de aviação regional.
(Com Estadão Conteúdo)