O Nubank anunciou nesta sexta-feira, 26, que levantou 400 milhões de dólares em uma rodada de investimentos internacional. Com o novo capital, a empresa passou a ser avaliada em mais de 10 bilhões de dólares, segundo o jornal Wall Street Journal. Entra, assim, para o clube das startups brasileiras que valem mais que essa cifra bilionária, que já conta com a Stone, fintech de meios de pagamento, avaliada em 10,140 bilhões de dólares. Sobre o valuation — como é chamado o valor de mercado no ramo das startups —, o Nubank não confirma mas também não desmente que tenha chegado a esse patamar.
A rodada de investimento foi liderada pelo fundo TCV, uma das maiores empresas de capital de expansão dos Estados Unidos. Os aportes também contaram com participação de empresas que já investiam no Nubank: Tencent, DST Global, Sequoia Capital, Dragoneer, Ribbit e Thrive Capital.
Sexta maior instituição financeira do Brasil em número de clientes, o Nubank deu início em maio à expansão internacional, com escritórios no México e na Argentina. E, segundo Cristina Junqueira, uma das fundadoras do Nubank, a nova rodada de investimentos vai servir para turbinar os negócios dessa fase. “O Nubank está gerando caixa há dois anos no Brasil e temos dinheiro para operar. Não estávamos necessariamente precisando levantar capital, mas, surgiu essa oportunidade com o TCV, e resolvemos aproveitar. É um fundo que admiramos porque tem no DNA a questão de aportar em empresas dirigidas pelos fundadores, que é o nosso caso, e, além disso, tem bons históricos entre seus investimentos, como o Netflix e o Spotify”, disse, em entrevista a VEJA.
Em comunicado divulgado à imprensa, Woody Marshall, sócio do TCV, disse que o fundo está ansioso com a expansão do Nubank. “Ficamos admirados com sua posição no mercado, DNA centrado no produto e foco na experiência do consumidor. Estamos ansiosos para apoiar a sua expansão para novos mercados e fornecer serviços adicionais aos seus consumidores.”
Planos
Segundo Junqueira, o capital ajuda a fortalecer o caixa da companhia e dá mais fôlego às iniciativas atuais. A empresa contabiliza 12 milhões de clientes no país, sendo 8 milhões deles nas contas digitais. “A impressão é que estamos fazendo muita coisa, então vamos focar nessas.” Neste ano, a companhia lançou empréstimo pessoal vinculado a NuConta, a conta digital da empresa. A função se junta ao cartão de débito e ao de crédito já ofertados aos clientes. Na última semana, o Nubank anunciou o lançamento de conta pessoa jurídica.
Com a expansão de caixa e dos negócios, o Nubank também foca expansão de mão de obra. Segundo a co-fundadora, o ritmo de contratações é acelerado, com cerca de 100 novos funcionários por mês. E a intenção é elevar em 47% a base de funcionários até o fim deste ano: dos atuais 1.700 para 2.500.
No exterior, a operação mexicana deve começar ainda neste ano. Já a abertura do portfólio de produtos do Nubank para clientes argentinos deverá acontecer no primeiro semestre de 2020. Os dois países receberão hubs de tecnologia e inovação para desenvolverem soluções focadas nos seus problemas financeiros locais. Segundo Junqueira, ainda não está decidido quais são os produtos que começarão a ser ofertados em cada uma das praças.