Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Análise: Banco Central faz suspense sobre Selic em 2020

Comunicado do Copom reitera política monetária estimulativa, mas indica cautela no ritmo de cortes dos juros para o próximo ano

Por Alessandra Kianek 11 dez 2019, 19h40
  • Seguir materia Seguindo materia
  • O Copom, Comitê de Política Monetária do Banco Central, cortou nesta quarta-feira, 11, a taxa básica de juros da economia brasileira, a Selic, de 5% para 4,5% ao ano, renovando a mínima histórica. A decisão já era mais do que esperada por economistas e pelo mercado financeiro. As expectativas agora estão voltadas para a próxima reunião, que está marcada para os dias 4 e 5 de fevereiro de 2020. 

    Publicidade

    No comunicado desta quarta-feira, diferentemente das decisões anteriores, o Banco Central não falou sobre um novo ajuste adicional, levantando um suspense sobre os próximos passos da política monetária. Em um trecho, afirmou que “o Copom reitera que a conjuntura econômica prescreve política monetária estimulativa, ou seja, com taxas de juros abaixo da taxa estrutural”. Em outro: “O Copom entende que o atual estágio do ciclo econômico recomenda cautela na condução da política monetária. O comitê enfatiza que seus próximos passos continuarão dependendo da evolução da atividade econômica, do balanço de riscos e das projeções e expectativas de inflação”.

    Publicidade

    Alguns economistas apostam que o Banco Central ainda tem margem para mais um ajuste adicional no ciclo de redução dos juros, de um corte de 0,25 ponto percentual em fevereiro, o que levará a Selic a cair para 4,25% ao ano, permanecendo nesse patamar até o final de 2020. Para eles, a reação da economia brasileira ainda é gradual e há a necessidade de mais estímulos. Entretanto, outros veem a escalada do dólar, a alta recente do preço da carne pressionando a inflação e uma retomada da atividade econômica do terceiro trimestre como indícios de que o Banco Central dará por encerrado o ciclo de cortes dos juros.

    Desde a última reunião do Copom, várias questões foram alteradas no cenário econômico. A taxa de câmbio, que estava nos 4,00 reais, chegou a bater nos 4,25 reais. Além disso, o Banco Central revisou as contas externas brasileiras, que era um porto seguro. O déficit de transações correntes saltou de cerca de 2% para 2,6% do PIB. Esses indicadores afetam o fluxo cambial e a capacidade de crescimento do país. E isso leva investidores estrangeiros a questionar o quanto que o Brasil pode crescer de fato”, afirma Marcela Rocha, economista-chefe da Claritas Investimentos.

    Continua após a publicidade

    A pressão recente da inflação, ocasionada pelo aumento do preço da carne, é vista como uma questão pontual, sem impacto para 2020. “A alta da carne isoladamente não é motivo de preocupação para a inflação em 2020. Talvez o maior risco do Banco Central para o próximo ano não esteja no Brasil, e sim no cenário internacional. Se a guerra comercial entre os Estados Unidos e a China se intensificar, essa fato pode pressionar o câmbio e impactar na inflação”, afirma Marcelo Mello, vice-presidente de investimentos da SulAmérica.

    Publicidade
    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Domine o fato. Confie na fonte.

    10 grandes marcas em uma única assinatura digital

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo
    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de R$ 2,00/semana*

    ou
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de R$ 39,90/mês

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.