Diante da instabilidade no mercado de dívida da Eurozona, os investidores continuam pagando para emprestar dinheiro à Alemanha, que nesta segunda-feira emitiu bônus a seis meses a uma taxa de juros negativa que marcou um novo recorde em baixa, indicou o Bundesbank.
A Alemanha colocou 3,77 bilhões de euros a seis meses com um rendimento médio de -0,0499%, um novo mínimo histórico para este título a curto prazo. A taxa desta segunda-feira bate o recorde em baixa estabelecido na emissão anterior do mesmo tipo, ocorrida no dia 9 de julho, quando a taxa de juros foi de -0,0344%. Em uma emissão de um montante inicial de 4 bilhões, a demanda total foi de 4,745 bilhões de euros, inferior à do mês passado (5,48 bilhões).
Uma taxa negativa significa que os investidores estão pagando para emprestar dinheiro à Alemanha, cujos bônus são considerados ativos seguros na Europa e ganham atratividade por conta da incerteza que ronda o futuro da economia europeia.
Em alta – Ao contrária do Alemanha, o governo italiano pagou mais caro para se financiar via emissão de títulos públicos nesta segunda-feira, apesar de a demanda ter sido considerada positiva por analistas. Foram vendidos 8 bilhões de euros em papéis de 12 meses, com yield (retorno ao investidor) mais alto (2,767%) do que no leilão anterior (2,697%), segundo informou o Banco da Itália.
Na Espanha, a taxa de risco, que mostra a confiança dos investidores na dívida soberana espanhola, subiu na abertura da sessão desta segunda-feira para 558,7 pontos básicos, seis a mais que no fim da sessão precedente. O diferencial entre o bônus espanhol a dez anos e o alemão de mesmo prazo se ampliou depois que a rentabilidade do bônus da Espanha a dez anos subiu para 6,967%, enquanto que a do bônus alemão caiu ligeiramente para 1,38%.
Os investidores escutaram este fim de semana declarações de diferentes dirigentes políticos europeus, contrários a que o Banco Central Europeu (BCE) compre bônus espanhóis para aliviar seu acesso aos mercados de dívida. As taxas de risco de outros países europeus se mostravam mais estáveis, a da Itália se situava em 453 pontos básicos, a da República da Irlanda, em 466, a de Portugal em 859 e a da Grécia, em 2.278.
(Com Agência Estado e EFE)