Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Ajuste fiscal é apenas o primeiro passo, dizem economistas

Para especialistas, desafio da equipe econômica do atual governo vai além do ajuste baseado no cumprimento do superávit primário de 1,2% do PIB

Por Da Redação
Atualizado em 30 jul 2020, 21h39 - Publicado em 1 mar 2015, 17h07
  • Seguir materia Seguindo materia
  • O desafio da equipe econômica chefiada pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy, vai além do ajuste fiscal franqueado pelo superávit primário de 1,2% do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano. A questão é que para muitos a tal missão, atribuída a si mesma pela área econômica conforme vem falando o ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, parece ainda não estar clara. Deste universo de duvidosos é que surgem questionamentos sobre a capacidade de o primário proposto (economia para o pagamento de juros da dívida) recolocar a economia na trajetória do crescimento sustentável.

    Publicidade

    Segundo o economista da Brasil Investimentos & Negócios (BRAiN) André Sacconato, o ministro Levy e seus secretários sabem que só o ajuste fiscal não é suficiente para reequilibrar as contas públicas e imprimir crescimento à economia. “Mas é um passo determinante porque a partir do momento que o investidor se convencer de que o Brasil tem dinheiro para pagar as contas, os investimentos virão”, diz.

    Publicidade

    A economista-chefe da XP Investimentos, Zeina Latif, também entende que o desequilíbrio macroeconômico é a primeira frente a ser atacada para depois partir para a arrumação da microeconomia. É o desarranjo macroeconômico, segundo ela, que gera a inflação e retira competitividade das empresas e renda das famílias. “É importante ressaltar que o potencial de crescimento do Brasil encolheu”, pondera.

    De acordo com o coordenador do curso de economia do Ibmec, Márcio Salvato, o ajuste fiscal é “necessário e imprescindível”, pois ele vai definir o patamar dos juros. “E juros elevados inibem investimentos. E se eu quero fazer com que retorne o crescimento via investimento só consigo fazer com juros menores”, afirma, ponderando que não vê no cenário atual a possibilidade de que a Selic caia, “sendo otimista”, antes do fim deste ano por causa do cenário inflacionário.O coordenador do Ibmec diz que o governo precisa “pensar em outras coisas além de do superávit primário”.

    Publicidade
    Continua após a publicidade

    Leia mais:

    Dilma diz que fala de Levy sobre desoneração da folha foi ‘infeliz’

    Publicidade

    Modelo de desoneração é caro e ineficiente, diz Levy

    Continua após a publicidade

    Levy é nomeado membro do Conselho de Administração do BNDES

    Publicidade

    Para o vice-presidente do Insper, Marcos Lisboa, o desequilíbrio fiscal é resultado de uma política equivocada nos últimos cinco ou seis anos. “É grave, mas é apenas a ponta do problema. É preciso desfazer o que foi feito nos últimos anos, com uma política de controle nacional dos preços, expansão do crédito subsidiado e regras de desonerações que beneficiaram apenas alguns setores”, diz. Lisboa.

    Lisboa, que também foi secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, diz ainda que o problema que o país vive hoje é reflexo de um “adiamento” nos ajustes necessários. “Em 2008, quando houve a crise mundial, o Brasil tinha de ter feitos ajustes moderados e passar por uma transição. Mas, na tentativa de evitar fazer ajuste simples e moderado há cinco anos foi-se criando uma série de intervenções, remendos para tentar evitar o problema e tudo isso agravou o quadro atual”, afirma.

    Publicidade
    Continua após a publicidade

    (Com Estadão Conteúdo)

    Publicidade

    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Domine o fato. Confie na fonte.

    10 grandes marcas em uma única assinatura digital

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo
    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de R$ 2,00/semana*

    ou
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de R$ 39,90/mês

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.