A empresa do produtor americano Harvey Weinstein, a Weinstein Company, declarou falência e anunciou o rompimento — “com efeito imediato” — dos acordos de confidencialidade que impediam vítimas de assédio sexual de falar. Também ficam liberadas testemunhas desses casos, conforme uma declaração da companhia divulgada na noite desta segunda-feira. “Ninguém deveria ter medo de falar nem ser forçado a permanecer calado”, diz a nota.
O processo de falência iniciado inclui essa decisão, que foi impulsionada pelo procurador-geral do estado de Nova York, Eric T. Schneiderman. A promotoria de Nova York apresentou um processo em 11 de fevereiro por violação de direitos civis contra Weinstein, o irmão dele Bob e a empresa que ambos dirigiam como resultado de uma investigação por conduta sexual inadequada.
A denúncia continha novas declarações contra Weinstein, principal responsável pelo estúdio de produção, a respeito de “maus-tratos” e “exploração” dos funcionários, assim como testemunhos destes como vítimas de assédio sexual, intimidação e outras condutas. No comunicado, a companhia Weinstein agradeceu a atitude das “pessoas corajosas que já deram um passo à frente”.
“As vozes de vocês inspiraram um movimento de mudança em todo o país e no mundo (…). A companhia lamenta não poder desfazer o prejuízo causado por Harvey Weinstein, mas espera que os eventos de hoje marquem um novo começo”, declara a direção da empresa no texto.
De acordo com Schneiderman, a decisão de permitir que as vítimas e testemunhas falem do ocorrido é “um momento decisivo nos esforços para abordar os efeitos corrosivos da má conduta sexual no lugar de trabalho”.
A abertura do pedido de falência foi feita na noite desta segunda perante o Tribunal de Falência dos Estados Unidos em Delaware. A Lantern Capital Partners irá adquirir a Weinstein Company durante o processo de quebra por 500 milhões de dólares, segundo a imprensa americana.