Alvo da edição do programa que foi ao ar nesta terça-feira, pela Globo, o BBB Rodrigão protagonizou um quadro pouco favorável à sua imagem. Numa sátira ao cada vez mais animalesco Globo Repórter, viu-se uma reportagem de mentirinha em que um bicho peculiar, o Pavão Drigão, de sexualidade dúbia e hábitos pautados pela vaidade, é apresentado em pormenores. Tema constante no Big Brother Brasil 11, a vaidade de Rodrigão é, para o psicanalista Luiz Alberto Py, um provável fruto da sua insegurança.
“A vaidade pode ter origens diferentes. O que é claro nesta edição é que Rodrigão está construindo uma personalidade extremamente insegura”, diz Py, psicanalista que trabalhou nas três primeiras edições do reality show. “Quando a pessoa é insegura, ela sente necessidade de ressaltar suas qualidades, como forma de provar a si mesmo que tem valor e superar a sensação de que é inferior.”
O hábito que o modelo paranaense tem de cuidar constantemente de si mesmo, ajeitando o cabelo em frente ao espelho ou depilando as pernas debaixo do chuveiro, foi retomado no final do programa desta terça por Pedro Bial, quando o apresentador se dirigiu à casa para anunciar o resultado do paredão, que terminou com a eliminação da passista Jaqueline, com 63% dos votos do público.
“Vaidade é o substantivo abstrato relativo ao adjetivo vão”, dizia Bial, enquanto as câmeras focalizavam Rodrigão. Embora o Mister Paraná sustente a mesma imagem ao longo de sua estadia no reality, sempre controlada e calculadamente penteada, é possível notar que a testa do modelo está mais vincada, certamente em decorrência da tensão vivida no confinamento. “No início do (livro) Eclesiastes, na Bíblia, onde se lê ‘vaidade, vaidade, tudo é vaidade’, entenda-se: em vão, em vão, tudo é em vão sob o sol”, continuou Bial.
Depois, num de seus típicos momentos esquizoides, e também numa possível estocada na misoginia característica de Rodrigão, o jornalista fez um link do tema vaidade com o samba Ai, que Saudades da Amélia, de Ataulfo Alves e Mario Lago. “Não, Amélia não era mulher de verdade, era uma mulher inventada pelo homem.”
A difícil relação do modelo com as mulheres foi marcante ao longo do BBB11. Rodrigão até se envolveu com Adriana, modelo como ele, mas sempre a tratou com distanciamento e desdém, chegando a afastá-la com o braço depois de beijá-la. E sempre preferiu a companhia dos homens à das mulheres na casa. Juntos, ele, Diogo e Mauricio trocaram carinhos diversos e procuraram combinar votos para eliminar as inimigas.
Para Luiz Alberto Py, a preferência de Rodrigão pela companhia masculina não deve ser lida como uma opção sexual, como gosta de insinuar o pernambucano Daniel. “Homem se dá melhor com homem do que com mulher. Eles fazem clube do bolinha, isso é normal”, diz. Para o psicanalista, homens preferem fazer amizades entre si porque a relação é mais fácil e direta, sem joguinho. “Em outras espécies, também é assim. Entre os machos, as relações se resolvem de maneira melhor. Já as mulheres podem carregar coisas mal resolvidas por anos”, afirma, ressaltando que o hábito em questão não é particularidade do Pavão Drigão.
Quanto à misoginia do modelo, Py prefere não opinar. Como psicanalista, ressalta que tudo pode ter origem na infância e que seria preciso conhecer melhor Rodrigão. Procurada pela reportagem, a mãe do modelo não quis dar entrevista. Análises freudianas à parte, restam as a opinião pública, alimentada pela edição do BBB. Os votantes – a maioria, mulheres – vão decidir se punir ou premiar o comportamento do pavão.