Unesco apela ao Egito para que proteja seu patrimônio cultural
Agência da ONU pede que múmias e relíquias sejam protegidas no Egito, depois da notícia do saque a museus do Cairo
A agência das Nações Unidas responsável pelo patrimônio cultural apelou ao Egito nesta terça-feira (1) para que proteja seus tesouros, depois da notícia de que saqueadores destruíram duas múmias faraônicas durante protestos contra o governo, na semana passada.
O apelo foi lançado pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) no momento em que manifestantes que reivindicam a saída do presidente Hosni Mubarak promoviam a maior manifestação de rua desde que o levante popular começou, uma semana atrás.
“Peço solenemente que sejam tomadas todas as medidas necessárias para salvaguardar os tesouros do Egito no Cairo, em Luxor e em todos os outros sítios culturais e históricos espalhados pelo país”, disse a diretora-geral da Unesco, Irina Bokova, em comunicado. Saqueadores que invadiram o Museu Egípcio do Cairo na noite de sexta-feira (29) destruíram duas múmias faraônicas, segundo o diretor de arqueologia do Egito, Zahi Hawass, presidente do Conselho Supremo de Antiguidades do país.
As galerias e os depósitos do museu de dois andares, construído em 1902, abrigam a maior coleção de antiguidades faraônicas do mundo e a maior parte da coleção do faraó Tutancâmon. “O valor dos 120 mil artefatos do Museu Egípcio do Cairo é inestimável, não apenas em termos científicos ou financeiros mas porque os artefatos representam a identidade cultural do povo egípcio”, disse o comunicado da Unesco.
“Prova disso é o fato de centenas de cidadãos terem espontaneamente formado uma corrente humana em volta do museu para protegê-lo.”
(Com Agência Reuters)