Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Túmulo de Herodes retoma em Israel velho debate: reconstruir ou preservar?

Elías L. Benarroch. Jerusalém, 16 fev (EFE).- O túmulo do mítico rei Herodes provocou em Israel a retomada do velho debate sobre se os vestígios da antiguidade devem ser reconstruídos com fins turísticos ou, ao contrário, preservados como testemunho da história nas condições em que foram achados. A polêmica foi levantada por um projeto da […]

Por Da Redação
16 fev 2012, 05h05
  • Seguir materia Seguindo materia
  • Elías L. Benarroch.

    Publicidade

    Jerusalém, 16 fev (EFE).- O túmulo do mítico rei Herodes provocou em Israel a retomada do velho debate sobre se os vestígios da antiguidade devem ser reconstruídos com fins turísticos ou, ao contrário, preservados como testemunho da história nas condições em que foram achados.

    Publicidade

    A polêmica foi levantada por um projeto da Autoridade Nacional de Parques e Reservas Naturais de Israel, e do Conselho Regional do assentamento de Gush Etzion para reconstruir o túmulo do histórico rei da Judeia, que está atualmente em território palestino ocupado.

    A iniciativa consiste na recuperação do mausoléu erguido há dois mil anos sobre a sepultura de Herodes, o Grande (73 a.C.- 4 d.C.), em uma jazida arqueológica conhecida como Herodion.

    Publicidade

    ‘Muita gente não entende a força que as civilizações antigas tiveram. As pessoas não imaginam o que aconteceu naquela época quando veem uma torre de 15 ou 20 metros. Eu acho que podemos dar a elas essa visão’, disse à Agência Efe Shaul Goldstein, um de seus promotores.

    Goldstein, chefe da Direção de Parques e Reservas Naturais de Israel, quer recriar o túmulo em seu tamanho original de 25 metros de altura com materiais ‘desmontáveis’, no lugar da tradicional pedra bege típica de Jerusalém usada há dois mil anos e atualmente visível na maioria dos prédios da cidade.

    Publicidade

    ‘Seria feito de gesso e metal e poderia ser desmontado em apenas um dia’, disse Goldstein ao defender o projeto, alvo de duras críticas dos arqueólogos.

    Continua após a publicidade

    Um deles, Haim Goldfus, da Universidade Ben Gurion do Negev, recorreu da decisão ao considerá-la ‘incoerente’, já que a reconstrução, ‘por mais fidedigna que for, só servirá para distrair o visitante do que é verdadeiramente autêntico’.

    Publicidade

    A polêmica provocou a criação de uma comissão de especialistas que se reunirá em maio para estudar todos os argumentos, e só então a Direção de Parques decidirá se o túmulo, além da grande piscina, na frente, e a fortaleza, ao fundo, serão transformados em um centro turístico e incorporados ao itinerário das grandes construções do monarca.

    Herodes, que reinou de 37 a.C. até sua morte, foi um dos principais arquitetos da região.

    Publicidade

    Grandes palácios como o de Massada, cidades como a de Cesareia Marítima, monumentos e centros públicos são algumas das construções criadas junto com sua obra prima: o segundo templo de Jerusalém, que ampliou e embelezou com uma suntuosidade digna da grande Roma, com a única intenção de ganhar o respeito de alguns súditos que o viam como estrangeiro.

    A reconstrução do mausoléu ordenada por ele mesmo será inspirada no design do arqueólogo israelense Ehud Netzer, que o descobriu há cinco anos e que, paradoxalmente, morreu no mesmo lugar em 2010 ao cair de uma grade.

    O imponente túmulo ficava sobre a encosta da fortaleza e tinha uma cobertura em forma de cone, como reflete uma reconstrução em ‘miniatura’ (4 metros) que foi erguida no lugar em janeiro.

    Continua após a publicidade

    Goldfus lembrou que essa técnica ilustrativa é usada em diversas jazidas em Israel para dar uma ideia ao visitante do aspecto da região e que nunca foi proposta a reforma ou recriação na escala 1:1.

    ‘É verdade que isso nunca foi feito, mas não é agora que vamos fazer uma réplica permanente do mausoléu nem proibir os arqueólogos de continuarem pesquisando’, disse Goldstein, cujo propósito declarado é estimular o turismo em uma comarca da qual foi prefeito e que Israel deseja anexar em um futuro acordo de paz com os palestinos.

    Os arqueólogos, no entanto, consideram que o Herodion já é ‘suficientemente impressionante’ e não precisa de recriações nem ajuda para convencer o turista de sua grandeza.

    Nessa disputa também entrou o pesquisador Gideon Foerster, colega de profissão de Netzer e que advertiu em declarações ao jornal ‘Haaretz’ que as conclusões sobre a aparência do monumento ainda não são definitivas.

    Os dois arqueólogos também trouxeram ao debate um fator crucial: alguns arqueólogos ainda questionam a localização exata do túmulo do rei, um detalhe que não parece incomodar o grupo que apoia o projeto e que considera que a reconstrução ‘aproximada’ não causa nenhum ‘dano às descobertas’ arqueológicas nem ‘deforma a história’. EFE

    Publicidade

    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Domine o fato. Confie na fonte.

    10 grandes marcas em uma única assinatura digital

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo
    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de R$ 2,00/semana*

    ou
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de R$ 39,90/mês

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.