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‘The Voice’ holandês é retirado do ar após acusações de abuso sexual

John De Mol, criador do programa e também do 'Big Brother', foi criticado por culpabilizar as vítimas em comentários sobre o ocorrido

Por Gabriela Caputo 21 jan 2022, 17h49

A emissora holandesa RTL retirou do ar o episódio da versão local do The Voice que seria exibido nesta sexta-feira, 21. Na quinta, foi transmitido um documentário de denúncia chamado This Is The Voice (“Esse é o The Voice“), no canal do YouTube Boos, administrado pela emissora pública BNNVARA, em que dezenas de mulheres alegam, sob anonimato, terem sofrido abuso sexual por parte de homens de destaque no programa.

Dentre eles está o rapper Ali Bouali, ou Ali B, um dos técnicos responsáveis por treinar os participantes do programa, que foi acusado de estupro por uma ex-concorrente do The Voice, quando ela tinha apenas 18 anos. Bouali participa do programa desde a sexta temporada, de um total de doze. Em um comunicado, o rapper se declara inocente.

Antes da transmissão das acusações, o líder de banda do programa Jeroen Rietbergen se demitiu, admitindo ter tido “contato sexual” com mulheres no The Voice e enviado mensagens sexuais em um aplicativo. Rietbergen disse que não tinha conhecimento da infração na época dos incidentes. O cantor Marco Borsato, ex-técnico do programa, também recebeu reclamações de outras seis mulheres, dentre concorrentes do The Voice e do The Voice Kids. Borsato nega.

Diante o ocorrido, o holandês John De Mol, criador do The Voice e do Big Brother, foi acusado de culpabilização da vítima pelas funcionárias de sua produtora, a Talpa Media. A crítica veio devido a comentários de De Mol sobre as recentes acusações. Em entrevista, ele disse que as mulheres deveriam abrir a boca e denunciar os abusos, sem esperar, porque só assim poderiam ser ajudadas. “As mulheres aparentemente têm uma espécie de vergonha, não sei o que é, mas gostaria de me aprofundar nisso”, afirmou.

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Em resposta, o grupo de funcionárias repreendeu o empresário por sugerir que as mulheres, assim como os homens, tinham lições a aprender com o escândalo. Em um anúncio de página inteira no jornal holandês Algemeen Dagblad, elas advertiram: “Querido John, não são as mulheres. Saudações, as mulheres de sua empresa.” Uma declaração anexa chamava atenção para a necessidade de mudança de cultura tanto dentro da empresa quanto na mídia e na sociedade, onde os homens no poder cometem erros de pensamento semelhantes. “O comportamento das mulheres não é o problema. E também não é a solução. Esta declaração é, claro, também para todas as outras vítimas de comportamento sexualmente transgressivo no local de trabalho (não apenas na Talpa), para incentivá-las”, completava o texto.

Após ser notificada pelo canal Boos, a ITV Studios — produtora que adquiriu a Talpa Media em 2015 — lançou uma investigação externa para “entender completamente o que aconteceu.”

A cantora Anouk Teeuwe resolveu deixar o cargo como técnica do programa. “Eu sei o suficiente. Decidi que não quero voltar ao The Voice. É uma bagunça corrupta. Não quero trabalhar em um lugar onde os homens, durante anos, abusaram de suas posições e onde outros optaram por manter a má conduta em silêncio e olhar para o outro lado”, alegou Anouk.

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