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Renovado após hiato, Travis faz a sua estreia no Brasil

Neil Primrose, baterista da banda escocesa, fala sobre a vinda ao país e o processo de criação do disco mais recente, que foi gravado em Berlim

Por Carol Nogueira
9 nov 2013, 08h11

Planeta Terra – O Travis se apresenta neste sábado, dia 9 de novembro, no Festival Planeta Terra, no Campo de Marte, em São Paulo. A banda britânica divide o palco do evento com as atrações Blur, Beck, Lana Del Rey, The Roots, Clarice Falcão, BNegão e os Seletores de Frequência, O Terno e Hatchets.

Há dez anos, o baterista Neil Primrose, da banda escocesa Travis, sofreu um acidente grave que o deixou cara a cara com a morte. Ao mergulhar em uma piscina, o músico bateu a cabeça e quebrou o pescoço, quase morrendo afogado. Algumas cirurgias, um pino e uma cicatriz de 12 centímetros na região depois, Primrose seguiu com o grupo, que em agosto lançou o disco Where You Stand e neste sábado se apresenta pela primeira vez no Brasil, no festival Planeta Terra, no Campo de Marte, em São Paulo.

O novo trabalho, o sétimo da banda, foi muito bem recebido pela crítica especializada, que o considerou um retorno triunfal para o grupo, sem lançar nada desde Ode to J. Smith, de 2008. O intervalo, segundo Primrose, contribuiu para a qualidade do álbum. “É bom ficar afastado. Quando você volta, está pronto para fazer tudo de novo”, diz. É isso, acrescenta, o que permite ao grupo, surgido no início da década de 1990 em Glasgow, não demonstrar cansaço.

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Para gravar o disco, a banda primeiro se refugiou em uma ilha isolada na Noruega, depois deu continuidade ao processo de gravação no famoso estúdio Hansa, em Berlim, por onde já passaram David Bowie, Iggy Pop, Depeche Mode e U2, entre outros. “Eles têm salas com um som incrível e ótimos equipamentos. É muito inspirador”, diz o músico, que afirma ainda não saber o que esperar do show no Brasil. “Estamos ansiosos. Todo mundo que toca no país diz que o público é excelente.”

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Formado no auge do britpop, gênero que fez a fama de bandas como Oasis e Blur, outra atração do Planeta Terra, o Travis é frequentemente citado como influência por outros grupos. Entre os principais seguidores, estão Coldplay e Keane. Chris Martin, do Coldplay, já chegou até a se comparar ao vocalista do Travis, Fran Healy. Mas isso não parece enchê-los de vaidade. “É bom, mas não ligamos muito para isso”, diz Primrose. Longe de soar como ingratidão, a afirmação se encaixa mais no perfil relaxado da banda, ou, como na filosofia que o baterista recita. “Procuramos viver o presente.”

Leia abaixo a entrevista com Neil Primrose, do Travis.

Esta será a primeira vez do Travis no Brasil. Qual a expectativa? Estamos ansiosos, todo mundo que toca no Brasil diz que o público é excelente. Em geral, o público da América Latina é muito receptivo e adora música ao vivo. Sentimos isso quando tocamos na Argentina. Mas não sabemos direito o que esperar do Brasil, especificamente.

Vocês levaram cinco anos para lançar o álbum mais recente da banda, Where You Stand. Por que demoraram tanto? Estávamos nos dedicando às nossas famílias e também queríamos dar um tempo, refrescar as ideias. Fran fez seu disco solo e eu e os outros caras tocamos nos discos de outras pessoas. É muito bom ficar afastado um pouco, porque, quando você volta, está pronto para fazer tudo de novo.

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E como foi o processo de gravação do disco? Queríamos algo que somasse ao álbum, então escolhemos uma ilha isolada na Noruega para começarmos a trabalhar. Era interessante estar lá, porque nós realmente pudemos nos dedicar somente ao disco, sem distrações. E depois o Hansa, em Berlim, foi ótimo, porque ele tem salas com um som incrível e bons equipamentos. Também ajuda saber que tantas pessoas de qualidade passaram por lá. É inspirador, uma atmosfera ideal para criar. Além disso, Fran mora em Berlim há alguns anos, o que facilita o processo.

Você sofreu um acidente horrível em 2003, quando quebrou o pescoço ao mergulhar em uma piscina. Está completamente recuperado ou ainda tem sequelas? Ainda sinto muita dor. Mas já estou recuperado, voltei a tocar bateria quase tão bem quanto antes. Foi um acidente horrível, mas que de certa forma me conectou com as coisas realmente importantes da vida. Foi uma experiência de “quase-morte”, eu vi toda a minha vida passar diante de mim e pensei: “Que jeito estúpido de morrer”.

Embora tenha surgido no rastro do britpop, o Travis teve um início difícil e demorou para se estabelecer como banda. Vocês passariam por tudo de novo? Acho que sim, porque, apesar das dificuldades, nós gostamos muito do que fazemos. Música é algo engraçado, porque os gostos das pessoas variam muito de acordo com o que é “cool” ou está na moda em um certo momento. Tentamos não nos prender a essas coisas, procuramos fazer música com a maior qualidade que podemos, porque música de qualidade não fica velha e não tem nada a ver com modinhas.

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Apesar do começo difícil, hoje há muitas bandas que fazem um som parecido com o de vocês. Uma das mais lembradas é o Coldplay, mas há também, por exemplo, o Keane. Como vocês se sentem por saber que influenciaram tanta gente? É bom, mas não ligamos muito para isso. Tentamos viver o presente.

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