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Recife assombrada: conheça as histórias que fascinam os moradores

Livros, sites, ilustrações e até filmes mantêm vivas as lendas urbanas bizarras e aterrorizantes da cidade

Por Abril Branded Content
Atualizado em 10 nov 2017, 10h00 - Publicado em 10 nov 2017, 10h00

Já ouviu falar da Perna Cabeluda, do Boca de Ouro ou da Emparedada da Rua Nova? Com 480 anos, Recife já passou por muita coisa e suas ruas, casarios e até teatros têm histórias de todo o tipo para contar – até mesmo as mal assombradas.

Inspirado nessas lendas, o escritor, sociólogo e antropólogo Gilberto Freyre lançou, na década de 1950, o livro Assombrações do Recife Velho. A obra, com 27 histórias d’outro mundo, é considerada referência e fonte de pesquisa sobre os relatos assombrados da capital pernambucana. Hoje, mais de 60 anos depois, as histórias continuam assustando recifenses cidade afora. Explorar o lado assombrado da cidade é uma oportunidade para vivenciá-la de uma maneira incomum, como propõe o projeto #hellocidades, de Motorola. Basta que essas histórias assombradas se espalhem e que cada vez mais pessoas as conheçam.

O escritor e roteirista André Balaio, 49 anos, é um desses caça-fantasmas que descobrem, pesquisam e mantêm vivas as assombrações do Recife velho – e do novo também. Fã dos mistérios em torno da Perna Cabeluda – lenda dos anos 70 que fala sobre uma perna cabeluda que ataca e amedronta as pessoas na cidade –, criou, junto com o jornalista Roberto Beltrão, o site O Recife Assombrado, que está no ar há 17 anos.

“Na virada dos anos 80 para 90, eu e alguns amigos começamos a nos interessar pelas histórias de assombrações do Recife. Começamos a fazer expedições pelos lugares relatados por Freyre no livro, a pesquisar por notícias de jornal no Arquivo Público – já que não havia Internet como conhecemos hoje –, a entrevistar pessoas, a procurar outros livros, a visitar lugares ditos assombrados… Viramos ‘caça-fantasmas’”, recorda Balaio.

O Recife Assombrado começou a tomar forma ainda em 1993, como um fanzine em xerox, e a ideia de ser um jornal para falar de assombrações. Sete anos depois, em 2000, o projeto virou site. De lá para cá, vem divulgando e estimulando o imaginário assombrado da capital pernambucana através de histórias que já viraram livros, histórias em quadrinhos, encenações teatrais, palestras em escolas e universidades e, em breve, um filme.

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Histórias mal-assombradas enfeitam o imaginário popular e transformam a experiência das pessoas na cidade (Roberta Cirne/Reprodução)

“Já participei de coletâneas de histórias de assombração, como a Histórias Medonhas d’O Recife Assombrado (Edições Bagaço, 2002, R$ 34), e como roteirista de histórias em quadrinhos, entre elas A rasteira da perna cabeluda, Malassombro: assovios da mata e Algumas assombrações do Recife Velho, adaptação que fizemos do livro de Freyre”, conta. “Atualmente sou roteirista do longa-metragem O Recife Assombrado, de Adriano Portela e Roberto Beltrão. O filme teve parte verba obtida através de edital da ANCINE e está em fase de produção, devendo ser lançado no ano que vem”, avisa Balaio.

Roberta Cirne, 39 anos, ilustradora, quadrinista e arte educadora também retoma as histórias da cidade mais assombrada do mundo no seu projeto e site Sombras do Recife, que traz histórias em quadrinhos roteirizadas e desenhadas pela autora, curiosidades e fatos pitorescos. Em dezembro, o Sombras do Recife lança a sua primeira revista em formato físico.

“Neste momento do projeto, estou narrando como cada monstro surge, em suas distintas épocas: Boca de Ouro, em 1913; A Velha Branca e o bode Vermelho, 1885; Branca Dias, em 1598; Papa-figo, em meados de 1850, e por assim em diante. Cada um terá sua história ambientada no Recife das épocas, com seus usos e costumes, roupas, ruas. É uma pesquisa feita em mais de 100 fontes literárias, e não apenas um livro e adaptação. Quero recriar o passado”, revela.

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Especialista, Cirne revela as suas lendas assombradas preferidas: o Boca de Ouro, o Papa-figo e a Emparedada da Rua Nova. “A história em quadrinhos que fiz sobre Boca de Ouro, com 18 páginas, foi a porta de entrada para que houvesse um interesse do público pelo site”, lembra a quadrinista. “Ele é um condutor de bonde de burro no Recife de 1913, que está passando pelas reformas e mudanças de transportes urbanos. Humilde e com os dentes estragados, sonha em ficar com a mulher que ama, mas que é casada. Ele é demitido e resolve entrar para o jogo do bicho, que acabou de chegar na cidade. Torna-se o maior bicheiro do Recife, coloca uma dentadura de ouro e casa-se com a mulher amada após assassinar o esposo dela. O que ele não sabe é que a história tomará um rumo inesperado e terrível.”

Rota assombrada

Para conhecer melhor os lugares assombrados do Recife, André Balaio indica um roteiro que passa pela Cruz do Patrão, no Porto do Recife, pelo casario da Rua da Aurora, que tem histórias macabras como a da debutante que morreu na própria festa de 15 anos ao descer a escadaria da antiga sede do Clube Internacional (onde hoje fica o Museu de Arte Moderna Aloízio Magalhães), e o Teatro de Santa Isabel, que “tem histórias deliciosas como a da bailarina que ainda hoje é vista por funcionários dançando no palco.”

Já Roberta Cirne sugere os entornos do Cemitério de Santo Amaro, onde está o túmulo da Menina Sem Nome e por onde a Galega de Santo Amaro ataca os homens que seduz, levando-os até o seu túmulo; o Sítio da Trindade, que guarda recordações de batalhas sangrentas do período holandês; e os bairros de Casa Forte, Poço da Panela e Apipucos, margeando o Açude do Prata, onde, segundo a lenda, Branca Dias jogou sua prataria para fugir de perseguidores religiosos e, mais tarde, voltou como fantasma para não deixar ninguém se apropriar do que era dela.

Quando for fazer o seu roteiro assombrado, não esqueça de tirar uma selfie com a Perna Cabeluda e usar a hashtag #hellocidades. Reconecte-se com o fantástico do Recife em hellomoto.com.br.

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