Por onde andam os golpistas que ficaram famosos em séries da Netflix
Da série 'Inventando Anna' ao documentário 'O Golpista do Tinder', qual foi o destino dos farsantes que chocaram o mundo com golpes elaborados
O fiasco do Fyre Festival, evento de luxo que se revelou uma mentira caríssima, e o engenhoso modus operandi de Simon Leviev, do filme O Golpista do Tinder, foram temas de documentários populares da Netflix, que, em comum, retrataram farsas mirabolantes que acabaram na Justiça. O mesmo substrato policial pauta a minissérie Inventando Anna, outro sucesso da plataforma de streaming, que mostra a vida de Anna Delvey/Sorokin, russa que deu golpe atrás de golpe na elite nova-iorquina fingindo ser uma herdeira alemã com um fundo milionário. As tramoias foram muitas, mas a condenação nem sempre satisfez as vítimas. Confira a seguir por onde andam os farsantes após protagonizarem tanta maracutaia.
Anna Sorokin/Delvey
Em 2019, Anna Sorokin, conhecida em Nova York como Anna Delvey, foi condenada por fraude após fingir ser uma herdeira alemã e surrupiar cerca de 275.000 dólares da elite novaiorquina. A história ganhou o mundo esse ano, com a série Inventando Anna, produzida por Shonda Rhimes, que disseca como a garota de classe média nascida na Rússia conseguiu enganar os maiores figurões de Manhattan. Enquanto a produção emplacava um lugar entre os mais vistos da plataforma por semanas, Anna estava sob custódia do centro de imigração americana, o ICE, onde permanece até hoje, aguardando deportação para a Alemanha, onde sua família mora. A golpista, que cumpriu pena até fevereiro de 2021, foi parar no ICE seis semanas depois de ser liberada do presídio de Riker Island, por estar com o visto vencido, e lá permanece desde então. Na semana passada, anunciou-se que Anna seria, enfim, deportada para a Alemanha, um ano depois de sua apreensão. Sua advogada de imigração, Audrey Thomas, disse ao The New York Times que as autoridades já haviam até agendado o voo da jovem, mas um recurso judicial protocolado por ela fez com que a deportação tivesse que esperar mais um pouco.
Golpista do Tinder
Nascido Shimon Hayu, mas conhecido como Simon Leviev, o golpista do Tinder foi desmascarado em 2019, pelo jornal norueguês VG. A reportagem, que inspirou o documentário da Netflix, explica que Leviev se apresentava no aplicativo de relacionamentos como filho de um bilionário envolvido com comércio de diamantes e, quando ganhava a confiança das vítimas, pedia quantias exorbitantes de dinheiro alegando estar sendo perseguido por seus inimigos. Preso na Grécia, ele foi extraditado para Israel, onde foi condenado a 15 meses de prisão, mas acabou cumprindo apenas cinco antes de ser liberado. Hoje, Simon é ativo nas redes sociais, e cobra cerca de 20.000 dólares de cachê para comparecer a boates, reportou o site TMZ. Também segundo o site, Simon contratou uma agente de talentos para ajudá-lo a se dar bem em Hollywood, planeja participar de um programa de namoro, apresentar podcasts sobre relacionamento e escrever um livro sobre suas experiências.
Billy Mcfarland, fundador do Fyre Festival
Em 2017, ricaços de todo o mundo ficaram alarmados ao descobrir que o festival luxuoso nas Bahamas com o qual gastaram até 12.000 dólares em ingresso era, na verdade, um fiasco completo, cancelado horas antes da abertura. A história foi vertida para as telas em 2019, no documentário da Netflix Fyre Festival: Fiasco no Caribe. O responsável pela atração desastrosa foi Billy McFarland, desde então marcado na indústria como um golpista de carteirinha. Condenado a seis anos de prisão, McFarland segue detido em uma penitenciária de Ohio. O golpista, inclusive, chegou a encarar a solitária algumas vezes, uma delas por dar uma entrevista não autorizada a um podcast, em 2021, de dentro do presídio. Para ele, o crime não compensou.