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No Salgueiro, um desfile dedicado às celebridades

Enredo 'Fama' vai brincar com a busca da notoriedade ao longo da história, passando pelos reis e guerras até chegar à era do silicone e do Photoshop

Por Rafael Lemos, do Rio de Janeiro
11 dez 2012, 11h53

Carnaval, fama e celebridades. Apesar da ligação óbvia entre os termos, o Salgueiro foi alvo de severas críticas após o anúncio do seu enredo para 2013, intitulado simplesmente de “Fama”. Em entrevista coletiva na segunda-feira, na Cidade do Samba, o casal de carnavalescos Renato e Márcia Lage revelou detalhes do desfile, defendendo que o tema está, sim, ligado a cultura e está intimamente ligado ao universo do carnaval. Um dos patrocinadores do desfile é a revista Caras.

“A fama é o desejo do ser humano de se perpetuar. É o medo que o homem tem da finitude. Ninguém quer passar em branco. Todos querem deixar o seu legado. Isso é ancestral”, filosofou Márcia Lage. “Os reis já encomendavam seus retratos aos pintores para ficarem na posteridade. Todos querem os seus 15 minutinhos de fama”, defendeu Renato.

Apesar do tema, a escola não está montando uma apresentação centrada apenas em figuras famosas – o que, aliás, seria uma armadilha, pois a qualidade do desfile poderia ficar em segundo plano, diante de uma coleção exagerada de celebridades. Até agora, a lista dos artistas confirmados traz nomes da ala tradicional de famosos da escola, como o ator Eri Johnson e a rainha de bateria Viviane Araújo. Se a tendência se confirmar, o Salgueiro vai deixar por conta de foliões anônimos seus 82 minutos na Sapucaí em 2013.

“Famosa que vai desfilar no Salgueiro? A minha filha. É a única famosa”, brincou a presidente Regina Celi, que também participou da entrevista.

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Tapete vermelho – Por abordar o mundo da fama, o enredo pode recorrer a uma infinidade de elementos visuais de rápida identificação pelo público. O clássico tapete vermelho – cor da escola – surge logo no primeiro setor, assim como a Calçada da Fama. Em seguida, o desfile faz uma digressão histórica para visitar a Antiguidade, a Idade Média, a Renascença e até o Modernismo. Há citações a obras de Leonardo Da Vinci, Picasso e Tarsila do Amaral. O rosto do líder revolucionário Che Guevara, que se transformou num ícone pop em camisetas pelo mundo afora, também estará inserido no desfile.

O tradicional Baile de Máscaras de Veneza servirá como metáfora para o poder que a fama tem de ofuscar a verdadeira identidade de uma pessoa, atribuindo-lhe uma personagem. Num novo salto temporal, o Salgueiro vai brincar com a febre do Photoshop e a busca desmedida pelo corpo ideal, através de um shopping no qual estarão à venda narizes, bocas e seios perfeitos.

“Na antiguidade, muitos fizeram fama com guerras e batalhas, deixando as conquistas como seu legado. Hoje, a conquista pode ser um peito, um rosto bonito. Os valores mudaram. E o carnaval tem tudo a ver com esse tema”, acredita Márcia Lage.

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Velha Guarda – O 6º setor do desfile retratará um destino de VIPs, batizado de ‘Pleasure Island’ (Ilha do Prazer). Representando os VIPs, estarão os membros da Velha Guarda, numa homenagem da escola. O carro alegórico terá 18 metros de comprimento e 9,8 metros de altura.

Para encerrar a passagem do Salgueiro pela avenida, o último setor traz a própria escola como celebridade, em acordo com o refrão do samba-enredo: “Tá na cara da revista, o meu pavilhão”. Nesse momento, serão lembrados personagens que marcaram a história do Salgueiro, como Xica da Silva, Debret, Chico Rei e Zumbi dos Palmares. Também serão homenageados baluartes salgueirenses como o compositor Djalma Sabiá, único fundador vivo, e o mestre Louro, falecido em 2008.

A escola terá 3.800 componentes, divididos em 36 alas, e será a segunda a desfilar no domingo, dia 10 de fevereiro, pelo Grupo Especial.

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