Em Cannes, o universo dos filmes, às vezes, se confunde com o da música. A cantora Kylie Minogue, por exemplo, estrela Holy Motors, o filme-ensaio de Leos Carax que conta a história de um ator de aluguel, exibido nesta quarta-feira na competição do 65º Festival de Cannes. “Estou mais familiarizada com o mundo da música mas, como eu comecei a carreira atuando, esse retorno está sendo ótimo”, comentou a artista australiana de 43 anos, que estreou numa telenovela na Austrália, nos anos 80.
O entusiasmo da intérprete de Can’t Get You Out Of My Head é compartilhado por outros músicos que mostram suas incursões cinematográficas em outros programas do festival. O também australiano Nick Cave, da banda de rock alternativo Nick Cave & The Bad Seeds, escreveu o roteiro de Lawless, o violento drama ambientado durante a Lei Seca nos Estados Unidos, nos anos 20, que briga pela Palma de Ouro.
“Gosto de histórias de amor e violência excessiva, como a do livro de Matt Bondurant, que inspirou o roteiro do filme de John Hillcoat”, disse Cave. “A combinação desses elementos realmente me interessa bastante. É uma história com sentimentos e muita violência.”
Cave também já havia feito alguns pequenos papéis em filmes anteriores, como O Assassinato de Jesse James Pelo Covarde Robert Ford (2007), também de Hillcoat. Pete Doherty, ex-guitarrista da banda Libertines, no entanto, passou pela Riviera Francesa para promover seu primeiro trabalho como ator, no filme Confessions of a Child of the Century, da francesa Sylvie Verheyde, exibido na mostra paralela Um Certo Olhar.
Outro músico que esteve em Cannes para exibir sua faceta cineasta foi o rapper americano Kanye West. O músico veio exibir o curta-metragem Cruel Summer, descrito como uma espécie de fusão de filme com instalação. O curta foi produzido em colaboração com a grife de design Donda.