Depois do escritor Sérgio Sant’Anna, do compositor Aldir Blanc e do artista plástico Daniel Azulay – para citar alguns nomes ligados à cultura que foram vítimas do novo coronavírus -. o escritor e dramaturgo Antonio Bivar morreu neste domingo (5), no Hospital Sancta Maggiore, em São Paulo, por complicações respiratórias causadas pela Covid-19. Bivar tinha 81 anos e estava internado desde o final de junho.
Considerado um ícone da contracultura, o escritor é autor de “Yolanda”, obra que conta a história da socialite Yolanda Penteado, a “primeira dama da Bienal”, e “O Que É Punk”, sobre o movimento punk, do qual, inclusive, foi organizador de festivais importantes. É de Bivar a autoria de clássicos do teatro nacional como “Abre a Janela e Deixa Entrar o Ar Puro e o Sol da Manhã” (1968), “O Cão Siamês ou Alzira Power”, (1969) e “Cordélia Brasil” (1967), que lhe rendeu o prêmio Molière.
Em setembro do ano passado, lançou “Perseverança”, obra sobre sua própria trajetória. Por ocasião do lançamento, Bivar deu uma entrevista à VEJA São Paulo, na qual falou sobre a decisão de se afastar do mundo das artes. Sem filhos e nenhum casamento no currículo, vivia da aposentadoria de um salário mínimo e meio, além cursos e eventuais publicações. “Não reclamo de nada porque sou feliz e jamais precisei de muito dinheiro”, disse. “Faz parte dessa perseverança me manter firme e enxergar a vida como uma grande ironia”.